sábado, 18 de maio de 2024

Turma adorável

Snoopy é um dos personagens de tirinhas que mais gosto desde sempre... talvez por ele estar em muitas histórias com sua máquina de escrever como companhia. Adoro a imagem clássica dele no telhado de sua casinha escrevendo, filosofando e, acima de tudo, divertindo o leitor.

Peanuts, nome das tirinhas criadas pelo cartunista norte-americano Charles Schulz, foi publicada pela primeira vez em 1950 e de lá pra cá vem encantando leitores de todas as idades! Foram quase 18 mil tirinhas publicadas até 2000, quando o cartunista nos deixou!

Além do Snoopy e Woodstock,  adoro toda a turma, o amável e reflexivo Charlie Brown; a sarcástica Lucy e seu doce irmãozinho Linus sempre agarrado a seu cobertorzinho; Sally, irmãzinha de Charlie; o pianista compenetrado Schroeder; a bem-humorada Patty Pimentinga; a tímida Marcie; o atencioso Franklin... enfim, todos os personagens que habitam esse mundo criativo são cativantes.

Eu poderia ficar aqui tecendo milhares de comentários elogiosos sobre as crias de Schulz, mas prefiro apenas dizer que admiro demais seu trabalho, sou fã e não me canso de ler e reler suas instigantes tirinhas, protagonizadas pelo menininho Charlie, seu cachorro e seus amigos! Viva os cartunistas que nos inspiram tanto! :)

* Escolhi duas tirinhas bem significativas para ilustrar essa humilde homenagem ao grande cartunista das divertidas e profundas reflexões!

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Mais respeito, por favor!

“Terra”, de Caetano Veloso, sempre me emocionou, mas de uns tempos pra cá, com tantas mudanças climáticas provocadas pela ganância do ser humano, ela me é ainda mais cara! A tragédia no Rio Grande do Sul, ao lado de outras que aconteceram nos anos anteriores, como a do litoral norte de São Paulo e a seca no Amazonas, só pra citar algumas, confirma as previsões dos cientistas que têm sido ignoradas, sucessivamente, pelo poder público. Agora, não há mais tempo, os eventos climáticos extremos e raros acontecem cada vez com mais frequência, há que se ter políticas públicas que antecipem ações para minimizar os danos que virão e, assim, poupar vidas e o meio ambiente!

Voltando à canção, enquanto, em 1968, acontecia a corrida espacial no hemisfério norte, aqui no sul, o Brasil vivia a ditadura militar e, mesmo em meio a tanta turbulência e perda de direitos civis, Caetano soube falar, poeticamente, sobre a conexão profunda do ser humano com seu lugar de origem e isso não tem preço para quem ama a cultura! 
Foto: Nasa/Missão Apollo 8 (1968)
Os primeiros versos são de uma delicadeza...
"Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia

Foi que eu vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim, coberta de nuvens
Terra, Terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?”

Ah! É muito sensível esse nosso Caetano! Ele sabe como emocionar, como nos versos a seguir, com os quais me identifico profundamente:
"… Terra para o pé, firmeza
Terra para a mão, carícia…”

Fico sempre revoltada quando vejo o desrespeito à Natureza. Mas preciso registrar minha indignação com a falta de cuidado que se tem no dia a dia mesmo, bairros inteiros cada vez mais impermeabilizados, prédios construídos lado a lado, sem espaço para um jardim, um arbusto que seja, para que a terra respire. Que saudade da garoa de minha querida São Paulo, cada vez mais vertical e raramente arborizada. A conta pelo violento desmatamento das nossas florestas chegou! O aquecimento global, tão ignorado e até desprezado por muitos, tem mostrado seus efeitos a todo momento! A Natureza deve ser respeitada! O Planeta Terra é nossa casa e precisa de mais carinho e cuidados! Viva a Mãe Terra! Aplausos a Caetano Veloso! :)

sábado, 11 de maio de 2024

Delicadeza em forma de HQ

Já disse numa postagem anterior que as ilustrações de Jordi Lafebre em “Verões felizes" (com texto de Zidrou) me conquistou. Mas eis que procurando outros trabalhos do artista, encontrei essa pérola chamada “Apesar de tudo”, com roteiro e arte de Lafebre! Ah! Adorei tudo, a forma como o autor conta a história, seu traço leve e criativo, os personagens muito bem construídos, os belos cenários, as reflexões que provoca.

Talvez essa HQ tenha me encantado não só pela maneira como foi apresentada, mas também pela história dos protagonistas Ana e Zeno, a passagem do tempo marcando a vida do casal e, o mais importante, sob os guarda-chuvas, o mesmo brilho no olhar e a mesma satisfação em se ver… ah… a porção Gi romântica deu até um gritinho… ahahaha… Mas meu encantamento se deve não só pelas cenas emocionantes, mas também pelo humor presente nas mais diferentes situações. 

A doçura e a beleza do traço de Lafebre permeiam toda a obra, é o tipo de leitura que flui tão bem que a gente acaba querendo economizar os capítulos só pra ficar mais tempo na companhia dos personagens... rsrsrs... Enfim, é uma ótima dica pra quem gosta de arte! Viva as HQs e suas inúmeras possibilidades! :)

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Comédias... sempre!

Confesso que tinha um bom tempo que não assistia a uma série. Tenho preferido me ocupar mais com a leitura, gosto de ler todos os dias antes de dormir, além de escrever e criar personagens, claro! Mas uma indicação despertou minha curiosidade e voltei ao mundo das plataformas de streaming, no caso a Amazon Prime. Como gosto de brincar com as situações do cotidiano, dizendo que algumas delas poderiam virar um stand up, um dia, uma das estagiárias de design, a Isa, me disse que eu deveria assistir a uma série, cuja personagem principal é uma mulher que tem a comédia nas veias e em um determinado momento da vida decide fazer stand up, mas isso nos anos 1950/1960... pqp... comédia e nessa época, adoro! E ela ainda disse que lembrou de mim quando descobriu a série, talvez pelos palavrões que uso com frequência e pelas risadas que costumo provocar... ahahaha... Então, fui conferir The Marvelous Mrs. Maisel! Que grata surpresa! Primeiro, porque adoro comédias bem estruturadas, com personagens ricos e interpretações hilárias. Segundo, porque a protagonista é ótima e o elenco todo é adorável! Diversão garantida, gargalhei em vários momentos ao longo das cinco temporadas. Os personagens são muito bem construídos e cativantes, além da própria Mrs. "Migde" Maisel e sua agente, Susie Meyerson, que protagonizam cenas muito divertidas e até bizarras, adoro o jeito blasé dos pais de Midge, Abe e Rose Weissman, e os hilários Moishe e Shirley, pais do Joel Maisel, do humorista Lenny Bruce, da empregada Zelda, enfim, todos os personagens tem cenas marcantes. Os figurinos são demais, adoro os vestidos da Midge, inclusive, os de sentar... ahahaha... Os cenários são charmosos, a época me encanta, têm uma atmosfera inspiradora! A trilha sonora é digna de aplausos! O humor presente em cada cena torna tudo ainda mais especial, os palavrões aparecem na hora certa, como na vida, me identifiquei... ahahaha... adoro! 

Só descobri o mundo de Midge Maisel em dezembro de 2023 e adorei assistir todas as noites um ou dois episódios. E, de maneira inédita, estou assistindo novamente cada temporada só pra rir mais uma vez! 
Eu poderia escrever textos sobre cada um dos episódios, é a melhor série que vi nos últimos tempos. Acredito que seja por ser comédia, por mostrar a história de uma mulher que decidiu ser humorista fazendo stand-up em plenos anos 1950/1960, e, acima de tudo, por me inspirar e me incentivar a fazer o que acredito, no meu caso, escrever histórias! Tits up… :)

sábado, 4 de maio de 2024

Cinema inspirador e marcante!

Paul Auster: roteirista e diretor de um dos filmes mais interessantes que vi no cinema! Sabe cinema? Aquele lugar legal, luzes apagadas, tela imensa, poltronas estofadas e cheiro de pipoca? Pois é, mas voltando à obra cinematográfica desse renomado escritor norte-americano, que nos deixou nesta semana, realmente, “Cortina de Fumaça” (Smoke), pra mim, foi impactante!

Era 1995, ano que contou com uma safra adorável de filmes que me despertaram o desejo de escrever um roteiro! Incrível, mas daqui a pouco comento. No filme "Cortina de Fumaça", tudo é grandioso em sua simplicidade cotidiana, a começar pela interpretação sempre irretocável do ator Harvey Keitel (Auggie Wren), que é o protagonista, dono de uma tabacaria, no Brooklin, em Nova York, por onde passam personagens curiosíssimos, entre eles, o escritor Paul Benjamin, interpretado por William Hurt.

A mania de Auggie me agradou logo de cara, todos os dias, às oito horas da manhã, ele tira uma foto da fachada de sua tabacaria, tem milhares de imagens guardadas do que seria a mesma paisagem, mas que, na verdade, muda a cada dia! Como diria Heráclito: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas e o próprio ser já se modificou”. Ou seja, a vida é movimento! Sempre! Preste atenção!

Enfim, as histórias retratadas no filme me fascinaram, despertaram minha inspiração, mas, claro, com roteiro de um escritor, que criou diálogos incríveis e personagens muito bem construídos só podiam me conquistar mesmo. Mas não vou ficar contando detalhes do que se passa no filme, prefiro apenas falar das sensações que tive para, talvez, incentivar alguém a assisti-lo pela primeira vez.

Naqueles dias, tudo que eu assistia no cinema me despertava mil ideias e me inspirava a escrever histórias. Tanto que, em 1995, escrevi meu primeiro “filhinho”: um roteiro, até hoje inacabado, mas como primogênito, muito querido. A partir dele, comecei a pensar na possibilidade de escrever, a Literatura, inclusive, passou a acenar pra mim de forma bastante insistente e simpática! Como leitora, já flertava com os livros, mas como escritora? Será? E, então, escrevi os primeiros textos, que continuam, carinhosamente, guardados, entre eles, uma divertida peça de teatro, que criei pra participar de um concurso que foi cancelado… rsrsrs… fazer o quê! O importante é escrever, escrever, escrever! Muitos aplausos para Paul Auster! Viva a Literatura! Viva o cinema! :)

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Reflexões de um vestido rosa, na varanda

– Ah! Adoro quando ela me coloca aqui na varanda pra... sei lá pra quê… ahahaha… só sei que adoro ficar assim com o vento me balançando… isso é tão bom pra alma, se é que vestidos têm alma. No meu entender, vestidos têm a alma de quem os veste. Nossa, fico tão inspirado quando tenho o prazer de admirar a cidade daqui de cima, é tão bonita! E ver as pessoas assim lá embaixo, pequenininhas como formigas, é ótimo, porque a distância torna todos menos mal-humorados, desanimados, estressados.

De repente, pela porta entreaberta, o vestido ouve uma conversa que o deixa intrigado e pensativo.

– Será que entendi direito? A mãe de minha dona está sugerindo que ela me doe? Não é possível! Será que ela terá a coragem de me despachar assim sem mais? Não posso acreditar, ontem mesmo ela me pegou do guarda-roupa e disse… O que ela disse mesmo? Preciso lembrar. Será que ela estava separando coisas para se livrar e me escolheu entre suas peças de roupa? Por que eu? Não estou tão velho assim… será que enjoou? Ou será que estou puído e não percebi? Preciso de um espelho, adoro a varanda, mas nesse caso preferia estar no quarto pra tentar me olhar no espelho do guarda-roupa. Curioso que elas estavam falando bem baixo e dizem que as pessoas costumam falar baixo quando estão tramando alguma coisa contra seres ingênuos que estão por perto. No caso, eu.

Mais um barulho dentro do apartamento, chama a atenção do vestido, que aguça a audição para tentar entender o que está acontecendo.

– Agora ouvi alguma coisa como: ele sempre gostou, por isso, pensei no rosa! Este rosa da frase deve ser eu! Então, alguém sempre gostou de vê-la vestida comigo! Ah! Que ótimo! Mas a voz dela estava um tanto quanto apreensiva. Já sei, sua mãe, boa pessoa, mas muito consumista, deve achar que ela precisa de um vestido novo. Eu sempre digo, não se mexe em time que está ganhando! Claro que se o príncipe encantado gosta dela comigo, pra quê arriscar outro e perder o clima romântico que eu proporciono… ahahaha… modéstia à parte, claro!

Interrompendo seu pensamento, a porta da varanda se abre e, para sua surpresa, sua dona traz um enorme sorriso no rosto e um brilho diferente nos olhos. E antes mesmo que ele pudesse imaginar o que estava acontecendo, ela o arranca do cabide e o abraça cheia de carinho e diz com sua doce voz de locutora de programa romântico da madrugada: que bom que tenho você sempre nas ocasiões mais importantes, não nas mais chiques, como as que minha mãe adora, mas as mais leves e alegres! Prepare-se, escolhi você de novo! Vamos para um piquenique… não me olhe assim, é com ele mesmo… aquele do encontro no cinema.

– Como é bom ser seu vestido, querida! Adoro seu abraço, seu carinho e o fato de me vestir nos encontros mais românticos e importantes de sua vida!

Neste instante, a mãe grita de dentro: – Já entendi, vai com o rosa de todas as vezes, beleza, mas pare de tratá-lo como uma pessoa ou um pet, se os vizinhos ouvem você falando com uma peça de roupa vão achar o quê? – Ah, mãe! Meu vestido rosa não é simplesmente uma peça de roupa, é como se fosse parte de mim! Agora, chega de conversa, vamos ao nosso encontro com a delicadeza!

– Vamos logo, querida! E obrigado por ser minha alma! :)


* Ah! Preciso registrar que a bela ilustração é da querida designer (sobrinha/afilhada) Aline Cavalcante Donato (@ilustralika)... obrigada pela parceria... 😉