Voltando ao bambino, a narrativa de Chico tem uma desenvoltura que só mesmo alguém que soube usar as palavras e marcar seu nome como um dos mais importantes compositores da Música Popular Brasileira de todos os tempos poderia!
O menino Chico tem na bicicleta sua grande companheira de aventuras... adoro o trecho em que ele fala da labuta do pai para manter os filhos em boas escolas: "E por estar ciente de que seu salário de professor universitário não permitia à família grandes luxos, me deu vontade de chorar quando ganhei de presente uma bicicleta niquelada, ainda mais com pneus brancos. A partir daí, eu não quis saber de mais nada, até a bola de futebol deixei de lado..."
Pois é, a partir daí ele desliza com sua magrela pelas ruas de Roma numa das narrativas mais poéticas do escritor. Outro doce momento é quando, em uma livraria, Chico se surpreende ao ver o livro Raízes do Brasil, de seu pai, Sérgio Buarque de Hollanda, em italiano (Alle Radici del Brasili)... encantado ele compra a edição! Também fiquei encantada.
Mesmo com algumas cenas tensas e situações delicadas, na maior parte do tempo é como estar na garupa do Chico, percorrendo as belas ruas da capital italiana. Aplausos ao escritor, compositor e contador/cantador de histórias! Viva a Literatura! Viva a MPB! :)
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