terça-feira, 20 de julho de 2021

Para refletir

Hoje, volto a falar sobre Lima Barreto que nos brinda com críticas sociais ácidas bem temperadas pela ironia. Desta vez, destaco dois contos. Primeiro, o clássico "O Homem que sabia javanês" conta a história de Castelo, que driblou a necessidade e o desemprego fazendo-se passar por conhecedor da língua e cultura javanesa. Malandro, foi galgando degraus da respeitabilidade de fachada até que foi nomeado cônsul, representando o País pelo mundo. Com sua brilhante escrita, o autor nos traz pérolas como: "O que me admira é que tenhas ocorrido tantas aventuras aqui neste Brasil imbecil e burocrático." E esta, em que o protagonista vangloria-se de seu feito, como, aliás, muitos por aí: "E a minha fama crescia. Na rua, os informados apontavam-me dizendo aos outros: 'lá vai o sujeito que sabe javanês'". Enfim, uma figura que mostra como o oportunismo fez escola e ainda se faz muito presente na cena brasileira, em que as aparências seguem valorizadas no ritmo do eterno país do futuro!

Em "A Biblioteca", o que chama a atenção são as ricas descrições que o autor faz das lembranças de Fausto Carregal, um funcionário público que herdou uma bela biblioteca com livros do pai e do avô. O intuito do protagonista é fazer com que um dos filhos se interesse pela rica coleção de obras de ciências clássicas e de literatura, da qual ele mesmo não leu um único exemplar. O conto começa com Fausto lembrando de detalhes da decoração do casarão do pai, onde a biblioteca "tinha vivido durante dezenas de anos, a gosto e à vontade". Entre as recordações, adoro esta: "E o espevitador de velas? Como ele se lembrava desse utensílio obsoleto, de prata! Era com ternura que se recordava dele, nas mãos de sua mãe, quando, nos longos serões, na sala de jantar, à espera do chá - que chá! - ele o via aparar os morrões das velas do candelabro, enquanto ela, sua mãe, não interrompia a história do Príncipe Tatu, que estava contando...". Confesso que o final é bastante inquietante pra quem, como eu, adora livros, mas a narrativa de Lima Barreto é sempre muito rica, com pitadas divertidas que tornam a leitura leve e, ao mesmo tempo, com contundente crítica social que nos faz refletir. Viva o escritor brasileiro! Salve os clássicos! :)

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Beleza e simplicidade

Desde quando foi lançado, em 2018, tinha curiosidade de ler "Os meninos da caverna", do jornalista Rodrigo Carvalho, correspondente da TV Globo em Londres. Como jornalista/escritora, adoro as histórias por trás da notícia. O livro (no meu caso, e-book em promoção... rsrsrs) conta a história do drama pelo qual passaram os meninos e o técnico do time de futebol Javalis Selvagens, que ficaram presos, por 18 dias, na caverna Tham Luang, na província de Chiang Rai, na Tailândia. O resgate quase impossível envolveu mergulhadores e profissionais do mundo todo e mobilizou as atenções e a nossa torcida. Ainda que o tema seja dramático, o autor, que participou da cobertura jornalística, nos brinda com uma narrativa leve e repleta de humanidade. Gosto de como Rodrigo conta os detalhes de forma bem humorada e carinhosa, como nesses trechos: "Quando finalmente foram encontrados por mergulhadores britânicos, depois de nove dias, os garotos pareciam filhotinhos de cachorro"... uns assustados, outros encantados. Achei de uma delicadeza! "As motos barulhentas estão por todos os cantos, nem sempre pilotadas por adultos. Também não chega a ser difícil ver quatro humanos sem capacete na mesma lambreta: um pai ou mãe com três pequenos grudados no guidão, quando, não raro, há um cachorro assustado e espremido no meio." Adorei a cena família completa! E falando de sua religiosidade: "Hoje em dia nos falamos até demais. Não preciso me ajoelhar, nem comer seu corpo e beber seu sangue. Às vezes, basta cruzar o olhar com o vira-lata aqui de casa. Afinal, são um só." Pra quem, como eu, segue o jornalista nas redes sociais e conhece o grande Biriba (o vira-lata mais charmoso do Brasil em Londres... rsrsrs), essa reflexão é ainda mais bonita! Mas não vou contar mais, esses trechos foram só um "aperitisco"... rsrsrs... quem ler entenderá! Enfim, gostei por mostrar como a simplicidade, os sorrisos e a empatia (coisa que anda muito em falta atualmente) são tão importantes para tornar a vida mais iluminada e alegre! Sem contar que um livro que fala de um time de futebol, de cachorro, com pitadas de bom humor e humanidade é um prazer! Recomendo! Salve o Jornalismo! Viva a sagrada liberdade de expressão! :)

terça-feira, 13 de julho de 2021

Todo dia é dia de rock!

Dia Mundial do Rock! Pra mim, rock é amor intenso em forma de música! É prazer total! Acordei com vontade de escrever sobre alguns shows de rock'n'roll que tive o privilégio de assistir. Claro que fui a muito menos shows do que gostaria, mas, enfim, resolvi lembrar algumas histórias sobre esses momentos! Ouvir rock sempre me fez melhor e mais forte... em tudo! 

Nos anos 1990, fui a duas edições do Hollywood Rock, no Pacaembu! Pqp! Em 1994, assisti Titãs... maravilhoso... gosto da banda desde os primeiros discos, faz parte de mim. E encerramos a noite com Aerosmith... adoro... Steven Tyler e sua boca enorme... e olhos brilhantes. Fiquei pertinho do palco e tive a nítida impressão que ele cantou algumas canções olhando pra mim... deve ter sido a adrenalina... ahahaha... Em 1996, fui pra ver o The Cure! "Inbetween days" é daquelas pra cantar gritando bem alto... adorava ouvir correndo pra pegar o ônibus e recomendo... rsrsrs... Ah... sobre esse dia, cheguei perto do palco na hora da apresentação do White Zombie... gostei do som dos caras! Lembro que aproveitei e bati cabelo pra garantir lugar perto do palco pra apresentação do The Cure... ahahaha... e consegui! Aqui dentro, a Gi dos anos 1990 tá gritando e cantando!

Ainda nos doces e agitados anos 1990, fui a alguns shows que vô te falá... Coisa Phina mesmo! Em 1993, no Pacaembu, assisti pela primeira vez sir Paul McCartney! Adoro... nem sei qual adjetivo usar... cantei todas as músicas com ele... uau... adorei "My Love" (a Linda estava com ele no palco) e me emocionei em várias outras... como "The long and winding road"... linda canção que me emociona sempre... inclusive, em 2014, no show do Allianz Parque, literalmente chorei... e depois pulei até quase perder o fôlego com "Ob-la-di ob-la-dá"... ahahaha... Beatles é sempre muito bom! Paul, Ringo, John (divino) e George... o mais doce dos quatro meninos de Liverpool.

Em 1995, fui pela primeira vez assistir, no Pacaembu, aos simplesmente irresistíveis Rolling Stones! Era a turnê Voodoo Lounge! Adoro Mick Jagger flanando pelo palco... a guitarra absurda de Ketih Richards... Ron Wood e sua cara de irmão gêmeo do Rod Stewart... rsrsrs... e o senhor da bateria: Charlie Watts, que fez um solo do caramba, a gente quase queimou a mão de tanto aplaudir... o cara é de uma elegância e, ao mesmo tempo, de uma força! O detalhe, que qualquer dia conto melhor, é que assisti a esse show especificamente dois dias seguidos, um dentro do estádio e outro fora, pendurada no morro ao lado do Paca... ai que saudade dessas noites de rock! Aí, em 2016, no Morumbi, fui de novo ao encontro dos Stones na maior satisfaction! Adoro! Foi difícil não pular e cantar aos gritos "Start me up", que é uma das minhas preferidas... sem palavras pra falar da apresentação desses caras, é sempre um banho de qualidade, beleza... tudo de lindo! Pois é, sou fã mesmo!

Ah! Em 2013, fui ao Monsters of Rock, na Arena Anhembi! Assisti shows durante o dia todo, um sol de sei lá uns 35 graus (fiquei com umas marquinhas vermelhas nos braços que arderam pra cacete, mas só percebi à noite quando não conseguia nem encostar a mão nos ombros... rsrsrs). Enfim, quando subiu ao palco o Whitesnake foi muito legal... "Is this love"... ah... um pouco de romantismo é sempre bom! E aí, mais uma vez, assisti a uma apresentação do Aerosmith! Ah! É uma doideira... a gente quase passa por cima dos outros pra chegar mais perto da grade do palco quando o Tyler se aproxima e até esquecemos que fomos lá apenas pra curtir um som e não pra passar vergonha... ahahaha...

Ah! Por outro lado, tem vários roqueiros que mesmo não tendo tido a oportunidade de ver em shows, adoro e ouço sempre, mas aqui vou citar apenas dois: primeiro, nossa rainha Rita Lee! Adoro suas músicas... "Ovelha negra", "Orra meu", "Flagra", "Erva venenosa", "Pega rapaz", e a clássica "Agora só falta você". Inclusive, um de meus livros (Infância, o recreio da vida) tem uma personagem chamada Rita em homenagem a nossa rainha, que conta que adorava cantar "E fui andando sem pensar em voltar"... adoro a sensação de liberdade que essa frase provoca! Como uma de suas súditas, minha reverência e meus maiores aplausos para nossa grande Rainha Rita Lee! E segundo, preciso dizer que adoro Dire Straits... a guitarra em "Sultans of Swing" é de lascar de boa, está em meus fones de ouvido desde sempre... Mark Knopfler... absoluto! O disco "Brothers in arms" é todo muito bom... e a música "Walk of life"... nossa!

Ah! Quase ia esquecendo de falar do meu primeiro ídolo roqueiro... meu irmão Gilberto (Giba para o mundo, mas, pra mim, Betão!)... eu era muito pequenininha, mas lembro dele tocando guitarra com sua banda, ensaiando na nossa casa... e também colecionava umas revistinhas que traziam as músicas com as cifras, ele tocava e a gente cantava sem medo de ser feliz... ahahaha... enfim, foi quem me apresentou a esse adorável mundo do rock! Viva os roqueiros de todos os estilos! Viva o Rock! :)

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Sonho clássico!

"Assim é que, no meu entender, têm língua amarrada o amor e a simplicidade: quanto menos falam, mais dizem"... Ah! Essa frase é de uma delicadeza imensa! "Sonho de uma noite de verão", de William Shakespeare, é daqueles livros (no meu caso, e-book... rsrsrs) que alegra os momentos de isolamento! A narrativa tem romance, fantasia, casais apaixonados, fadas, duendes e belas pitadas de humor. Não é preciso dizer que o autor é grande e atemporal, continua nos fazendo refletir e sonhar há séculos. Já li vários outras obras do dramaturgo inglês, mas certamente essa é uma de minhas preferidas. No caso de "Romeu e Julieta", confesso que as imensas falas da Ama me derrubaram na primeira tentativa... devia ter uns 13 ou 14 anos... e abandonei... só mais tarde, voltei a ler e aí gostei! Ah... lembro também quando fiz um curso, lá por 2005, sobre História do Teatro, na Biblioteca Mário de Andrade, quando li "Hamlet" e "A Comédia dos Erros"... fiquei encantada com os personagens muito bem construídos e a narrativa envolvente. Enfim, Shakespeare é um clássico da dramaturgia mundial e merece ser lido e relido sempre! Viva o Teatro! :)