sábado, 5 de abril de 2025

Diversão garantida

– Álbum de figurinhas! Gosto!

– Ah! Você sabe que eu também! Cadê?

– Cadê o quê, amor?

– Você não tocou nesse assunto casualmente...

– Como assim?

– Te conheço, espertinha! Comprou um álbum novo pra gente completar?

– Ahahaha... tava aqui lembrando de álbuns que colecionava quando criança... Só pensei em introduzir um assunto agradável pra animar nossa tarde!

– Não acredito que é uma sessão de nostalgia!

– Por acaso você também não gostava de colecionar e, acima de tudo, completar álbuns de figurinhas na infância?

– Claro que adorava! Mas esse assunto não é passado pra nós,  já colecionamos vários álbuns de figurinhas juntos!

– Gosto de conversar sobre coisas relaxantes, mas pelo jeito você não quer sossego...

– Ah! Quero sossego, mas você falou de álbum de figurinhas, fiquei animado, gosto da adrenalina de abrir os pacotinhos... 

– ... colar a primeira figurinha e ficar imaginando a página completa...

– ... ver as páginas sendo preenchidas!

– Lembro que completei um álbum do Walt Disney na infância que foi marcante, porque a última figurinha foi difícil e tava toda amassada...

– Eu também consegui completar um álbum do Walt Disney... deu um trabalho do caramba, mas foi um prazer e um orgulho danado! Ahahaha...

– Ahahaha... é uma experiência adorável completar um álbum de figurinha na infância!

– ... e trazer isso pra vida adulta a dois, então, é muito bom! Será que a gente colecionou o mesmo álbum da Disney na infância?

– Não sei... mas é provável... por quê?

– Porque é muito romântico... unidos pelo amor aos álbuns de figurinhas!

– Nossa, que poético, amor!

– Você que começou com esse assunto aconchegante... acabou despertando meu lado sentimental!

– Assim você me faz chorar...

– Tá emocionada também? Só aviso que se você chorar, choro também!

– Por favor, não vamos alagar a casa com nossas reminiscências do passado, não quero molhar os pacotinhos, muito menos o álbum!

– AH! EU FALEI QUE TINHA SURPRESA AÍ! O que você está escondendo em sua sacolinha cor mostarda?

– Cor mostarda é ótimo... ahahaha... mas calma, menino! Vamos pra sala, colocar tudo na mesinha de centro e sentar no chão como fazíamos quando criança.

– Agora você é que está poética, amor!

– Ah! Somos sensíveis mesmo, mas vamos com calma, primeiro colocamos todos os pacotinhos em cima da mesinha, abrirmos um a um, organizamos as figurinhas por número pra facilitar, sem esquecer de tomarmos extremo cuidado na hora de colar cada uma delas no álbum! Ah! Vamos colar figurinhas a tarde inteira!

– Oba! Então, cola em mim, amor! E vamos logo, que tô curioso! :)

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A habilidade criativa de Gabo

Ler "Cem anos de solidão", de Gabriel Garcia Marques, é embarcar em um navio que te leva para o alto mar... revolto... cheio de perigos e encantos.

Gabo nos faz mergulhar na saga da família Buendía, cujos membros são todos marcados pela solidão, cada um a seu modo! Nessa viagem, quando nosso navio parece alcançar a calmaria, vem uma nova geração e provoca novas tsunamis de conflitos, medos, desejos.

Com personagens absolutamente bem construídos e cheios de nuances, a obra versa sobre o ser humano, suas dores, angústias, amores. E a solidão é como um tempero que distingue os Buendía dos demais moradores de Macondo.

A família começa com José Arcádio Buendía, fundador da cidade de Macondo, que se casa com Úrsula Iguarán, e têm três filhos: José Arcádio, Aureliano e Amaranta, nomes que se repetem pelas próximas gerações, o que, sinceramente, exige concentração total na leitura... rsrsrs...

Brincadeiras à parte, Gabo é um exímio contador de histórias e sabe como ninguém se valer do realismo fantástico para envolver o leitor. Enquanto Úrsula é a razão, o esteio da família, José Arcádio é a emoção, ele está sempre atrás de ideias que possam tirar a cidade de Macondo da solidão geográfica que a mantém fora da rota do progresso.

"Cem anos de solidão" narra a história intensa de uma família de solitários... e, ao longo de suas páginas, é quase impossível não refletir sobre nossa própria solidão. Finalmente, li o clássico inquietante desse colombiano admirável e Prêmio Nobel da Literatura (1982)! Viva Gabo! Viva a Literatura sul-americana! :)