quarta-feira, 19 de novembro de 2025

A genialidade de um grande escritor

"Os Maias", obra-prima de Eça de Queirós, é uma leitura, absolutamente, prazerosa! O escritor português narra a história de três gerações de uma família, marcada por tragédias, na bela Lisboa do final do século XIX. 

Antes de mais nada, preciso dizer que além do autor ser um dos meus favoritos (já postei sobre ele aqui), este livro, especificamente, sempre esteve na minha lista de desejos e, finalmente, consegui comprar uma edição que coube no meu bolso... rsrsrs... Lembro de quando assisti a minissérie (TV Globo), no início dos anos 2000... desde então tinha certeza que, embora tenha adorado a adaptação para TV, a leitura seria ainda mais encantadora! Acertei!

A escrita de Eça de Queirós tem, da primeira à última linha, todas as características que admiro: narrativa envolvente, profunda quando tem de ser e irônica quando preciso for; personagens profundamente humanos e cativantes; e a tão necessária crítica social... tudo isso em um cenário que nos transporta à época! Confesso que cada vez que leio uma obra de Eça, aumenta minha vontade de visitar Portugal... fico me imaginando pelas ruas de Lisboa... Porto... é inspirador! Quando isso acontece, costumo esconder o cartão de crédito, imediatamente, para evitar compras de passagens aéreas por impulso... ahahaha!

Voltando ao livro, propriamente dito, podemos dizer que o casarão da família, o Ramalhete, é um dos personagens da história pela enorme influência que exerce no desenvolvimento da trama com seu ar sombrio, misterioso e ao mesmo tempo acolhedor. Ao longo dos anos, o Ramalhete se torna, cada vez mais, uma espécie de refúgio do avô Afonso da Maia, do neto Carlos e dos amigos da família, que vivem discutindo os rumos do País e de uma sociedade que caminha para o progresso a passos lentos, comparada à Paris e Londres.

O mérito do autor está em nos apresentar um enredo irretocável que, mesmo apresentando temas delicados e tensos como traição, suicídio, incesto e intrigas, nos envolve em uma narrativa rica e extremamente humana. Os personagens são realmente memoŕaveis e conquistam o leitor pela forma como tentam enfrentar os problemas, como encaram a vida. As conversas entre Carlos e João da Ega são um caso à parte, sejam as mais filosóficas, sejam as mais mundanas, carregam sempre 
boas pitadas de ironia.

Recentemente, li também "O Mandarim", um dos contos fantásticos de Eça, que conta a história de Teodoro, um funcionário público que leva uma vida pacata e monótona, sem muitas aventuras... até que um pacto que envolve uma certa herança muda sua vida. 

No texto sobre a obra, assinado pelo autor, ele discorre a respeito da necessidade de todo escritor português criar contos fantásticos para não sufocar nem morrer de nostalgia de seus sonhos! Adorei essa confissão... rsrsrs... e encerra dizendo: "Depois de escrita a última página, corrigida a última prova, ganha-se a rua, retoma-se o caminho e volta-se ao severo estudo do homem e de sua eterna miséria." Aplausos à genialidade do grande Eça de Queirós! Viva a Literatura! :)

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