Quando ele lançou os dois volumes de sua autobiografia "O Livro de Jô", fiquei muito curiosa. Imaginei como aquelas páginas estariam recheadas de histórias de vida e dos vários trabalhos que realizou desde muito jovem no teatro e em emissoras de TV (como a icônica Família Trapo). Mas naquele primeiro momento nem pensei em comprar os livros. Passou o tempo, veio a pandemia e, durante a quarentena, passei a ler e-books. A vida volta à correria de sempre e eis que chega 2022 e Jô sai de cena... que tristeza! Sempre que perdemos um grande representante da Cultura, ficamos mais pobres. Resolvi que era hora de ler e comprei os dois e-books.
O primeiro volume, com aquele menino desinibido na capa é um convite pra uma agradável leitura, parece que ouvimos sua voz narrando cada uma das histórias emocionantes, curiosas e divertidas. Gostei muito de dois trechos com os quais me identifiquei como escritora. O primeiro diz assim: "Um escritor se forma não só lendo bastante, mas prestando muita atenção nas pessoas, na experiência que elas transmitem, naquilo que viveram". O segundo: "... nas conversas das esquinas, dos cafés e até dos chás da tarde das senhoras, havia uma atmosfera onde a ficção parecia estar na realidade (lá, eu sentia que nunca foi tão verdadeiro o trocadilho do Oswald de Andrade, que dizia que 'a gente escreve o que ouve, nunca o que houve')".
O segundo volume detalha sua produção em teatro e TV e o quanto era talentoso nos diversos trabalhos que abraçou! Destaco também dois trechos que me emocionaram como fã do grande humorista e artista absolutamente sensível: "Eu só existo por causa da plateia, preciso dela pra viver". "Dediquei a minha vida a fazer a vida dos outros um pouquinho mais alegre. Talvez eu devesse contabilizar o meu patrimônio em sorrisos".
Certamente ele fez nossa vida melhor! Aplausos ao genial e eterno Jô Soares! Viva o humor! Viva a Cultura! :)
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