sábado, 27 de setembro de 2025

Um cachorrinho aventureiro

Mais uma vez, uma obra do autor de "O Hobbit" me encanta! Em "Roverando", J. R. R. Tolkien nos apresenta a história de um cachorrinho que, ao invés de ficar brincando satisfeito com sua bola amarela no jardim, resolve rasgar as calças de um mago quando o dito cujo rouba sua bola! Muito irritado, o mago transforma Rover em um cãozinho de brinquedo.

Desesperado e perdido em meio às plantas do jardim, Rover passa, então, a procurar o tal mago para voltar a ser um cachorro de verdade! A partir daí, ele vive diversas aventuras na Lua, no fundo do mar! Ah... mas o que acontece com ele e por que o título do livro é Roverando, deixo para vocês descobrirem... recomendo a experiência!

Ainda que faça parte de suas obras para crianças e esta escrita para consolar seu filho Michael que havia perdido seu cãozinho de brinquedo, o enredo prende a atenção. Os personagens e cenários são muito bem construídos, nos proporcionando uma história tão envolvente que parece que embarcamos junto a Rover em seu voo com a gaivota Mia, rumo à Lua!

É, certamente, um livro com a marca da qualidade narrativa de Tolkien, que sabe como ninguém criar mundos e sagas com maestria! Pra quem quer uma leitura divertida, leve e emocionante, é uma ótima sugestão! Aplausos à genialidade do pai da literatura fantástica moderna! :)

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Romance e contos queirosianos

Em "A ilustre casa de Ramires", publicação póstuma de Eça de Queirós, o autor português faz uma análise profunda e irônica da nobreza lusitana, traçando vários fatos históricos e, ao mesmo tempo, nos brindando com a criação de um protagonista bem construído, cheio de nuances, herdeiro de uma das mais antigas linhagens nobres portuguesas: o escritor Gonçalo Mendes Ramires, o Fidalgo da Torre!

A narrativa se passa no final do século XIX, quando Gonçalo começa a escrever uma novela histórica sobre sua família. Aí está a genialidade de Eça de Queirós, que usando a metaliteratura, faz vários paralelos entre a história de Portugual em que vive o autor e a contada pelo fidalgo, além de comparar o protagonista com o próprio País, pois ambos enfrentam desafios e contradições, provocando, em nós leitores, altas reflexões!

Mesmo inseguro e cheio de angústias, o Fidalgo da Torre é generoso, gentil e... amorável... ah... adorei esta palavra! Vou até me permitir usá-la em meus textos... certamente, vai enriquecê-los e seria uma singela homenagem ao Eça!

Voltando à obra, adoro a capacidade do escritor, que além de inspirador, nos oferece uma aula da arte de escrever! Para quem, como eu, adora se aventurar criando histórias, alguns trechos são encantadores, como a frase: "A pena agora, como a espada outrora, edifica reinos..."; e o parágrafo: "E nessa manhã, depois de repicar a sineta no corredor, duas vezes o Bento empurrara a porta da livraria, avisando o Sr. Doutor 'que o almocinho, assim à espera, certamente se estragava'. Mas de sobre a tira de almaço Gonçalo rosnava 'já vou!' - sem desapegar a pena, que corria como quilha leve em água mansa, na pressa amorosa de terminar, antes do almoço, o seu Capítulo I".

Em "Contos", o escritor que deu início ao Realismo na literatura portuguesa, mostra seu domínio também da narrativa curta. A antologia, composta por oito contos, nos apresenta uma galeria de personagens em diversas situações cotidianas. Meu destaque vai para o conto que abre a coletânea "Civilização", que, anos depois, deu origem ao admirável romance "A cidade e as serras", obra sobre a qual abordei em postagem de julho deste ano!

Em resumo, dois exemplos da habilidade do escritor português, um dos meus preferidos ao lado do grande Saramago! Para quem quiser embarcar em histórias bem construídas e personagens "amoráveis", recomendo muito! Viva Eça de Queirós! Salve a Literatura! :)

sábado, 20 de setembro de 2025

À Natureza, com carinho!

– Amanhã é Dia da Árvore!

– Vamos celebrar! Elas são imprescindíveis, adoráveis e nos oferecem sombra, frutos, ar puro, folhas e flores lindas, de cores e tons variados, seus galhos são como abraços... os troncos dão a sensação de proteção...

– Que poético, amor! Mas antes de celebrarmos, preciso externar minha indignação!

Sou todo ouvidos!

– É incrível como são tão maltratadas, especialmente, nas metrópoles. Além de sofrerem com podas malfeitas, suas folhas, quando caem, são consideradas sujeira. Na verdade, as folhas funcionam como adubo para a terra e alimento para insetos e pequenos animais, é lamentável a falta de sensibilidade de quem considera os tapetes de folhas e flores como algo descartável!

Uma coisa que me deixa irritado também são os parques, que deveriam ser áreas realmente preservadas, mas que costumam ter espécies intrusas, plantadas inadvertidamente, sem que se leve em conta o equilíbrio do meio ambiente, o que acaba, inclusive, por afastar a fauna local. 

– Pois é, sempre achei que esses parques são para as árvores como os zoológicos são para os animais: redutos criados pelo ser humano, que nem de longe proporcionam a sensação que ambos têm na Natureza!

Concordo, amor! Preservar as árvores, as florestas, é preservar a vida no Planeta Terra. Está mais do que na hora de se entender que não somos superiores, somos parte da Natureza. Nossa relação com o meio ambiente deve ser de respeito e troca! 

– Agradeço aos céus por ter ao meu lado alguém que me entende e partilha das minhas opiniões a respeito da importância de preservarmos as árvores e os ecossistemas, inclusive, para nossa própria sobrevivência! Valeu, meu ecologista charmoso!

– A recíproca é verdadeira! Adoro ter ao meu lado a ativista mais fascinante da Terra!

– Uau! Obrigada! Agora, podemos pensar em como vamos celebrar a data?

– Seria prudente deixarmos pra pensar nas comemorações amanhã... o que acha?

– Boa ideia! Então, vem cá e "balança minha roseira"!

– Opa! É pra já! Seu jardineiro está sempre a postos! :)


*A foto que ilustra essa crônica é de minha autoria, feita em um dos meus passeios no bosque, enquanto seu lobo não vem... 😉

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Mergulhando no chá de camomila

Tem certas situações que provocam aquela vontade pueril de se recolher, sentar no sofá, à meia-luz, abraçar e depois ler um bom livro, ficar em silêncio, ouvindo só a própria consciência e analisando os próximos passos!

Essa necessidade de parar é normal, é como se precisássemos de uma reinicialização para atualizar os planos. Portanto, uma pausa, ainda que involuntária, tem um lado muito positivo se soubermos aproveitar esse momento para traçar, com entusiasmo, uma nova rota!

Para planejar novos caminhos, é preciso, antes de tudo, cuidar de si mesmo, encontrar conforto nas coisas que dão prazer, refletir sobre as possibilidades, fazer passeios culturais, deixar a criança que mora dentro da gente retomar um pouquinho nossas rédeas, descontrair os músculos, abrir o sorriso e se divertir como se a vida fosse uma tarde ensolarada ou chuvosa, claro, cada uma com seus encantos!

O fato é que desacelerar o ritmo, para muitos, combina com uma bela xícara de chá, torradas fresquinhas com geleia de amora e uma tarde de sossego. 

Sinceramente, no meu caso, pra diminuir o ritmo dos pensamentos e, realmente relaxar, só mergulhando, literalmente, numa bela xícara de chá de camomila! Já imaginou? Melhor do que uma banheira de hidromassagem! Ahahaha...

Brincadeiras à parte, desacelerar é sempre bom... e como dizia Cora Coralina: "Lembra do que te faz feliz/Fala dos teus sonhos/Alimenta o que te fortalece/Não deixa o mundo te engolir"! Aplausos para a sensatez da grande poeta! Viva o calmante chá de camomila e o necessário bom-humor pra enfrentar essa porra toda! :)


* A delicada arte que ilustra tão bem esta minha suave crônica é do querido Hiro Kawahara (@hirokawahara). Obrigada pela gentileza de sempre e pelo admirável talento!

sábado, 13 de setembro de 2025

A revista que nos fazia cantar

Música é muito bom pra embalar os momentos bons e pra nos aconchegar nos nem tão bons assim... rsrsrs... Sempre que falo de música, lembro de umas revistas que meu irmão Betão colecionava: "Violão e Guitarra - A Revista que canta na sua mão", Vigu para os íntimos!

A revista trazia as letras e as cifras, porque era voltada para quem estava aprendendo ou tocava e, no caso, meu irmão tocava violão, guitarra, baixo e o que viesse pela frente... rsrsrs... Lembro que a gente cantava as músicas enquanto ele tocava violão... era uma diversão!

Pesquisando na internet, só por curiosidade, encontrei exemplares da Revista Vigu que em casa ficavam até gastos de tanto a gente folhear e cantar! A música sempre se fez presente em nossa casa, minha infância teve uma trilha sonora da mais alta qualidade, de vários estilos, nacional e internacional. E a Vigu era ótima, porque trazia sucessos maravilhosos que, ao longo dos anos, se tornaram clássicos!


Hoje, as pessoas não sabem mais o prazer que é ouvir um disco de vinil em uma vitrola ou aparelho de som estéreo, daqueles com duas caixas grandes (em cima das quais era comum colocar um vasinho de planta ou um porta-retrato... rsrsrs) e aí com o encarte do LP nas mãos para não errar a letra, ouvia-se belas canções, tendo uma experiência cada vez mais rara. Aliás, o tato é um dos sentidos menos usados, atualmente, porque nas relações digitais não há abraços, as conversas se dão por meio de telas, impessoais, não há calor humano, não há toque e nada de momentos olhos nos olhos, como cantou Chico. Ouvindo música apenas em plataformas on-line não há mais a satisfação de arrumar os discos na estante, de admirar cada detalhe da capa e até de aconchegá-los em um abraço reconfortante, fazer o quê... outros tempos! Mas voltando ao tema revista...

Com a dupla Vigu/Betão, aprendi letras de músicas em inglês, como “Sharing the night together”, da banda norte-americana Dr. Hook; e em italiano, como “Io che amo solo te”, de Sergio Endrigo, entre outras tantas.

Ouvir os acordes do violão do meu irmão, com aquele suave arranhar nas cordas é dos melhores e mais construtivos passatempos que tínhamos... ficávamos sentados juntos, cantando sem nos preocupar com as eventuais desafinadas, aprendendo letras marcantes, vivenciando a época por meio da música. Esse tipo de experiência é que nos constrói, que nos molda pra vida, que nos faz quem somos! Viva a beleza da música! :)


* A crônica de hoje vai para o aniversariante Betão, meu irmão que todo mundo chama de Giba, mas como dizia minha saudosa mãe, eu não sou todo mundo, portanto, vou continuar chamando-o de Betão mesmo! Parabéns para meu violonista/guitarrista/baixista preferido! ❤️ 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Mate com leite e Filosofia

 – É lamentável como as pessoas, hoje, não tem compaixão por ninguém... em situação nenhuma!

– Tá lembrando do episódio na cafeteria, né?

– Você não concorda?

– Claro que concordo, inclusive, tive vontade de levantar na hora e socar aquelas duas metidas...

– E um dos caras também, porque o único que parecia menos metido foi o que levou o banho de café gelado ou seja lá o que tinha naquele copo enorme.

– Ahahaha... desculpe, mas tive que rir. Você falou em copo enorme, lembrei daqueles dias insanos em que parava no Centro e tomava mate com leite. O atendente servia num recipiente tamanho família e colocava o copo do liquidificador do lado, dizendo: esse é o chorinho! Ahahaha... No caso, era chorinho porque a gente saía até triste depois de mergulhar num mar de leite em pó batido com chá mate gelado... bons tempos!

– Hoje você não conseguiria...

– Joga na cara que não tenho mais idade pra isso!

– Ahahaha... não é isso, amor! É que hoje somos mais comedidos...

– Chega de falar em acidentes de trabalho, incompreensão humana e aventuras da juventude...

– É melhor! Vamos falar de gastronomia!

– Gastronomia? Pensei que íamos mudar de assunto.

– Já mudamos!

– Cafeteria e mate com leite... curioso, mas pensei que ambos fizessem parte do rol da gastronomia.

– Não! Nada de lanches, quero falar de almoço... de jantar!

–Ah! Mas de gente normal ou aqueles cheios de talheres e copos de vários tamanhos?

– Ahahahah... dos mais finos!

– Acredito que eu não tenha repertório suficiente pra esse tipo de conversa, moça elegante!

– Ahahaha... Para com isso, fomos convidados pro jantar do...

– Não me lembre disso. Por mim, declinávamos na hora que chegou o convite.

– Temos que aproveitar as oportunidades e ter novas experiências! Não seja troglodita, amor!

– Ahahaha... troglodita e amor na mesma frase... adorei!

– Combinam com você, querido!

– Ah! Não seja cruel, não sou um troglodita, só não gosto de frescuras ao extremo!

– Então, cite uma frescura leve que você aguentaria.

– Você: levemente fresca!

– Ofendeu! Não gostei, vamos encerrar a conversa, se não você vai ver quem é...

– ... troglodita? Ahahaha... Adoro seu lado "vamos partir pra ignorância"! Mudando de assunto, mas ainda dentro do tema jantar, finalmente, conclui a leitura de "O Banquete", de Platão! 

– Ah! Que filosófico!

– Não seja irônica...

– Imagina, tô mó orgulhosa de você ter tido coragem de ler Platão, afinal, faz alguns meses que te dei de presente..

– Tive de me preparar... é uma leitura densa...

– Tudo bem... mas agora quero suas considerações!

– Assim de repente?

– Ué... você que veio todo animado dizendo que tinha lido! Vamos comentar!

 Tá bom! Logo de cara achei instigante o fato de Platão não ter participado do banquete, que contou com a presença de atenienses ilustres, entre eles, Sócrates. No encontro, os intelectuais apresentaram suas impressões sobre o Amor e o poder que ele exerce sobre nós.

– Uau! E qual sua conclusão sobre o Amor?

– Não sou filósofo, tampouco um intelectual capaz de formular uma resposta definitiva! Depois desta primeira leitura, refletindo um pouco, acredito que o Amor é um dos maiores bens do ser humano, concordo que ele nos estimula a nos conhecer melhor e buscar quem nos completa, para então fundir-nos com a pessoa amada e, juntos, nos transformarem em um só.

– Que lindo, amor! Você acredita que também refleti sobre isso quando li "O Banquete"?

– Claro que acredito! Uma das coisas que sempre nos uniu é a forma de pensar, de entender o mundo, de sentir as coisas...

– Tá inspirado! E o que achou do outro texto: "Apologia de Sócrates"?

– O discurso de defesa de Sócrates durante seu julgamento é magnífico, até marquei alguns trechos, como este: "Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem preocupar-se com a alma para que ela seja quanto possível melhor, e vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas virtude vem, aos homens, as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados".

– Lindo! Também gosto do trechio em que ele diz: "... o maior bem para um homem é justamente este, falar todos os dias sobre a virtude e os outros argumentos sobre os quais me ouvistes raciocinar, examinando a mim mesmo e aos outros, e, que uma vida sem esse exame não é digna de ser vivida...". É de uma sensibilidade, de uma humanidade que atualmente anda em falta...

– Enfim, obrigado pelo livro, amor! Você me tornou um homem mais reflexivo e feliz... porque ao seu lado, como diria nossa premiada, a vida presta!

– Posso te abraçar, meu filósofo preferido?

– Deve! :)

sábado, 6 de setembro de 2025

O Astro-rei e a sobremesa


– Hoje eu tava olhando uma vitrine contra o Sol... Nossa, como o Astro-rei é impiedoso... mostra tanto os defeitos da limpeza mal feita, quanto acentua nossas rugas. Fujam do Sol!


Ahahaha... mas quais rugas, amor?

As que teimam em aparecer em meu rostinho angelical... ahahaha...

Ahahaha... você está duplamente equivocada!

Duplamente? 

Você ainda não tem rugas e seu rostinho não é angelical.

Primeiro, obrigada com relação à falta de rugas... mas eu não tenho um rostinho angelical? E tenho cara de quê?

Cara, não... rostinho de uma mulher perspicaz, astuta... e atrevida!

Gostei... tá perdoado!

Ótimo! Então, vamos passear conforme combinamos?

Combinamos?

Não seja engraçadinha... combinamos de ir...

... à exposição? Ah! Pelo sorriso safado, acertei!

Ahahaha... quer dizer que, enquanto digo que você é perspicaz, astuta e atrevida, você me vem só com um "safado"? Que injustiça!

Safado, inteligente, amoroso...

Uau! Isso me animou sobremaneira! 

– Ahahaha... controle-se, porque temos uma exposição pra desbravar! 

Mas temos que seguir toda a programação!

Claro! Iniciamos com cultura, em seguida, com gastronomia!

Só não me venha com alta gastronomia.

Ahahaha... até parece! Vamos à cantina comer uma massa estupenda, acompanhada de um vinho...

... magnífico?

Isso mesmo! E uma sobremesa que amamos... que é a...

–...torta de chocolate? Bolo de cenoura? Petit gateau? Canolli? Sorvete de massa?

– Que coisa, como gostamos de sobremesa, hein?

Ahahaha... gostamos mesmo, mas a que você estava pensando não é nenhuma dessas!

Não!

–  E, obviamente, você quer que eu acerte a verdadeira... ahahaha...

Não seja indelicado! Posso não ter rostinho angelical, mas sou sensível,  a nossa sobremesa devia ser marcante pra você também.

Calma, minha querida, vou lembrar... prometo.

Não prometa o que não pode cumprir, este é um dos nossos lemas de casal!

Assim fico sem saída, mas tá bom, refresque minha memória...

Como eu gostaria de colocar sua cabeça dentro do freezer pra te refrescar a memória, literalmente, amor!

Ahahaha... esse "amor" concluindo a frase me desarma totalmente...

Ahahaha... sei! Agora não enrola e diga logo qual é a nossa sobremesa preferida!

Nossa sobremesa preferida seria Torta Caprese?

Não me venha com pergunta, safado, quero a resposta!

Ahahaha... me senti num faroeste agora.

Ahahaha... não adianta me fazer rir, se você não acertar nossa sobremesa preferida vou chorar e não vai ser pouco... prepare-se!

Ahahaha... Está bem: Torta Caprese foi a primeira sobremesa que compartilhamos e, desde então, sempre que saboreamos é como se fosse a primeira vez!

– Você conseguiu me emocionar, querido! A Torta Caprese, realmente, é mais do que a sobremesa preferida, ela faz parte da nossa vida! 

– Por isso adoro saborear com você cada fatia da nossa história, amor! :)


* A foto do Sol é de minha autoria, adoro fotografar o nascer do Astro-rei! Já a da Torta Caprese consegui pesquisando na internet, é do NYT Cooking.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Mestre do humor e dos diálogos certeiros!

Recentemente, perdemos o mestre das crônicas e do humor refinado, Luis Fernando Verissimo! Um escritor sensível às coisas da vida, que usava magistralmente o humor para tecer o cotidiano, sempre cultivando a fina ironia e nos fazendo rir e nos identificar com as mais diversas situações e personagens comuns e, ao mesmo tempo, complexos!

Acima de tudo, Verissimo era um autor das humanidades! Observava o dia a dia com olhos atentos de quem sabe o que realmente importa. Marcou seu nome com letras maiúsculas na Literatura Brasileira e no coração de nós leitores!

Lembro que ao ler a coletânea de crônicas "Comédias de Vida Privada", lançada em 1994, fiquei encantada com a forma leve e fluida como o autor escrevia, mesmo quando abordava temas pesados como as mazelas da política. 

 Mais tarde, com o sucesso do livro, foi criada a série de TV "A Comédia da Vida Privada", exibida na Rede Globo, que me arrancava gargalhadas, mas que esta semana me fez chorar, revendo algumas cenas... até senti saudades da Gi de anos atrás que correu pra comprar as "Novas Comédias da Vida Privada" (1996) e continuar se deleitando com o humor inteligente e ágil do grande cronista.  

Verissimo e seus diálogos geniais me inspiraram como leitora e me inspiram a escrever minhas humildes e despretensiosas crônicas. Para contar boas histórias também é preciso saber ouvir, prestar atenção no movimento nas pessoas, na cidade e ele sabia como poucos! 

Como não falar de seu lado quadrinista! As tirinhas "As Cobras", cujas personagens, de traços simples e despojados, discutem de tudo, filosofia, política, a imensidão do Universo, futebol... Aliás, outra coisa que adoro em Verissimo e me identifico é seu amor pelo futebol, no caso dele, mais especificamente, amor pelo Internacional de Porto Alegre! Inclusive, um amigo meu, postou esses dias uma bela frase dele sobre o esporte: "Só o futebol permite que você sinta aos 60 anos exatamente o que sentia aos 6. Todas as outras paixões infantis ou ficam sériasu desaparecem, mas não há uma maneira adulta de ser apaixonado por futebol"! Concordo... só que minha torcida especial vai para o Saaaaaantos! Viva a democrática crônica que nos oferece liberdade pra falar dos mais variados assuntos! Salve a Literatura Brasileira! Todo o meu respeito e reverência ao mestre! Viva Verissimo! :)


* Agradeço a generosidade do querido quadrinista Orlandeli (@orlandeli) que, gentilmente, autorizou que eu ilustrasse minha carinhosa crônica com sua arte/homenagem! Obrigada e parabéns pelo trabalho! 😉