sábado, 19 de novembro de 2022

Teses sobre coisas e pessoas...

- Sabe aquela forma de coração? Aquela que não gruda a massa?
- Sei... lá!
- Como assim, sei lá?
- Se eu disser que lembro, você continua a conversa?
- Ahahaha... a curiosidade mata! Mas se você não lembra...
- Vamos fingir que eu lembro: sei, aquela que não gruda a massa!
- Ahahaha... Barbosa... tudo bem, muita gente aí não lembra, mas era um personagem hilário, interpretado pelo grande Ney Latorraca, no TV Pirata, programa de humor dos anos 1980...
- Seus anos preferidos! Mas fala logo... o que tem a forma?
- Ah! É que agora tem de diversas cores!
- Um coração vermelho não basta?
- Deixa de ser muquirana... as novas cores são demais... adorei a amarela e a azul celeste. 
- Entendi. Então, você vai querer comprar mais duas formas de coração?
- Na verdade, se você realmente se lembrasse do assunto, saberia que fico encantada pela forma de coração vermelha há meses na vitrine daquela loja de esquina, mas até agora não comprei.
- Putaquepariu, lembrei! Mas que amor é esse? Você não tem a vermelha?
- Pois é, preciso da forma vermelha, mas agora também da amarela e da azul celeste.
- Bizarra essa sua mania de querer várias coisas do mesmo modelo, como as botinhas...
- E daí? Minhas botinhas preferidas são sempre as mais confortáveis. quando encontro um modelo legal, compro as cores que tiverem e, claro, que me agradarem!
- Mas a graça da vida não é a diversidade, no caso de coisas, de modelos?
- Não, no caso das coisas úteis, pra mim, a diversidade está nas cores. Prefiro um modelo de botinha ou uma forma de coração de várias cores diferentes do que de modelos variados, que podem me machucar, no caso da botinha, ou grudar meu bolo, no caso da forma.
- Bela tese!
- Agora, quando o assunto é o ser humano, é outra coisa! Nesse caso, pensamentos, personalidades, posturas diante da vida, gostos e crenças variadas tornam o mundo muito mais inspirador, mais democrático, mais bonito! Viva as instigantes e diferentes pessoas que habitam o planeta! :)

*Ah... a doce ilustração é da minha parceira/afilhada/gêmeadeboas: Aline Cavalcante Donato (instagram@ilustralika).

sábado, 15 de outubro de 2022

Recanto de amor

A árvore, no meio do quintal, parece abraçar a casinha térrea no final da rua. Amarela, com suas janelas de madeira pintadas de branco, nela mora um casal de idosos. Ele, jardineiro aposentado; ela, dona de casa e tricoteira de mão cheia.

A árvore, um ipê rosa, está plantada ali desde mudinha e, como diz Seu Juca, foi uma criança muito acarinhada, por isso, hoje, é um belo exemplar adulto, que espalha graça pelo ambiente e, nos dias ensolarados, parece tingir as cortinas brancas com sua cor suave e iluminada.

Todos os dias pela manhã, na época da florada, sua beleza invade a varanda e convida o casal a abrir as janelas e os olhos para a beleza da vida. E assim os anos passaram, um cuidando do outro e de seu lugar no mundo. Seu Juca e Dona Tília moram ali desde que realizaram a mais doce cerimônia de casamento que se ouviu falar nas redondezas.  

Mas tudo começou há muitos anos, quando o jovem casal chegou ao terreno, onde havia apenas um casebre, e começou a capinar. Como se diz... era só mato. O terreno deles era o único naquele pedaço. Então, arregaçaram as mangas e começaram a transformar o local no lar que imaginaram um dia. Como o jovem Juca já trabalhava como jardineiro ajudando seu mestre (um velhinho que o ensinou tudo e de quem herdou os clientes, o que facilitou a realização do sonho de comprar o terreno perto da serra e longe dos carros, da fumaça e das aglomerações), acabou recebendo dicas preciosas de como preparar a terra para plantar seu pomar, sua horta e seu doce jardim.

E mesmo quando tudo floria, preenchendo de cor, aromas e sabores o belo terreno, o casal, sentado na varanda do ainda casebre, admirando tudo que construíam, sentia falta de algo. Como precisavam de alguma coisa que não sabiam o que era, então, resolveram começar a construir a nova casa. Aos poucos, o casebre foi sendo demolido e as paredes da casinha sendo levantadas. Todo o dinheiro que os dois ganhavam, ele, primeiro como ajudante e depois como jardineiro; e ela, com seus trabalhos em tricô, vendidos aos clientes dele; era investido na propriedade.

Quando a casa ficou pronta, pintada de amarelo, com as janelas brancas instaladas, a varanda recebeu cadeiras de balanço e uma mesinha de vime. Na sala, no quarto, na cozinha, no banheiro, na área dos fundos, todos os cômodos eram enfeitados com peças de tricô feitas por Tília. Com o pomar e a horta em andamento, o jardim com as primeiras roseiras florindo, os dois admiravam a delicadeza da obra-prima que o empenho de ambos produziu.

Ainda assim, faltava uma alegria que eles não identificavam qual seria. E enquanto não descobriram, não quiseram marcar o casamento. E assim passaram dias angustiados, tentando descobrir do que tanto sentiam falta. E continuaram trabalhando, ele cuidando dos jardins dos clientes, ela tricotando suas peças de decoração, toalhas de mesa, tapetes, almofadas. Não ousavam morar na casa, por isso, armaram duas barracas na varanda, onde dormiam cada um no seu canto durante várias noites até que, numa tarde, o jovem Juca chegou muito animado, carregando uma sacola no colo, como se fosse algo muito precioso.

E realmente era uma preciosidade. A jovem Tília estranhou os cuidados extremos de Juca e só não ficou com ciúmes porque não era de seu feitio. Mas estava curiosa, largou as agulhas de tricô na cestinha e levantou apressada perguntando por que havia chegado mais cedo do trabalho. Dando um beijo em sua testa, Juca pediu calma, dizendo que tinha descoberto o que tanto faltava. Ela abriu aquele sorriso que o cativou desde a primeira vez que se viram e quis saber logo o que ele carregava com tanto carinho.

O jovem Juca abriu a sacola com cuidado e revelou uma muda com um galho comprido cheio de folhas verdinhas. Tília ficou encantada com a beleza da frágil planta. Juca ainda não sabia em qual ponto do terreno ia plantá-la, mas disse, sorrindo, que era um ipê rosa que ganhou de seu mestre jardineiro. E mais uma vez Tília abriu um enorme sorriso e abraçou Juca. Por alguns minutos, ficaram ali abraçados, observando a plantinha colocada na mesa ao lado da cestinha de tricô. Ah! Agora tudo estava perfeito para o casamento, poderiam preparar a cerimônia.

No dia seguinte, Juca acordou sobressaltado em sua barraca, sentou e só então percebeu Tília carregando uma bandeja com duas xícaras de café e dois pedaços de pão sovado. Nas cadeiras de balanço, os dois saborearam o café da  manhã improvisado. De repente, Juca dá um suspiro e conta  que sonhou com a localização exata do ipê rosa no terreno... seria no meio do quintal, perto da casa. Tília se anima. 

Após o café, Juca pegou suas ferramentas e foi para o local exato, abriu a cova e plantou a mudinha. Três meses depois, com a plantinha firme no propósito de se tornar uma árvore frondosa, Juca e Tília se casaram. A cerimônia, realizada ao pôr do Sol, contou com Juca de terno branco de linho, que pagou em 12 vezes no crediário, e Tília com um belo vestido branco de tricô, produzido sempre nas horas em que ele estava trabalhando, e um véu de seda que ela havia ganhado, anos antes, de sua saudosa  mãe, para irem juntas à missa. Os dois de mãos dadas, em frente ao jovem ipê rosa, deram as mãos, abençoados pela serra que tanto respeitam e protegem, rodeados pela casa, pomar, horta e jardim, rezaram a ave-maria e o pai-nosso, disseram palavras carinhosas um para o outro e trocaram alianças.

E até hoje, olhando para o ipê rosa, Seu Juca ainda se admira por ter sonhado com o local exato que em deveria plantá-lo. E dona Tília não esquece a alegria e emoção que tiveram ao testemunhar sua primeira florada. A sensação se repete ao longo dos anos, mas certamente aquele dia foi especial, tão especial quanto terem realizado o sonho de construírem seu recanto de amor.


*Texto escrito em homenagem à natureza e seus encantos. A ilustração é da Alika, minha querida sobrinha... afilhada... parceira... minha designer preferida... minha gêmea de boas... responsável pelas capas de meus livros... amor da madrinha (instagram@ilustralika)! Salve o ipê rosa, amarelo, roxo, branco e todas as árvores, flores e plantas que nos fazem tão bem! :)

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Viva o Gordo!

Sempre admirei Jô Soares por sua inteligência, talento, criatividade, generosidade, simpatia e leveza! Seus programas de humor eram os meus preferidos, adorava seus personagens... Reizinho, Zé da Galera, Menininho (que tava sempre com soniiinho... rsrsrs), Gardelon... e Múcio com sua falta de opinião formada sobre tudo... ahahaha, tava sempre em cima do muro... ahahaha... Era diversão garantida! Ah! Jô era um gênio do humor! Quando ele passou a apresentar o talk show gostei mais ainda, adorava assistir as entrevistas, nem sempre pelo entrevistado, mas sempre pela sua elegância ao entrevistar! 
Quando ele lançou os dois volumes de sua autobiografia "O Livro de Jô", fiquei muito curiosa. Imaginei como aquelas páginas estariam recheadas de histórias de vida e dos vários trabalhos que realizou desde muito jovem no teatro e em emissoras de TV (como a icônica Família Trapo). Mas naquele primeiro momento nem pensei em comprar os livros. Passou o tempo, veio a pandemia e, durante a quarentena, passei a ler e-books. A vida volta à correria de sempre e eis que chega 2022 e Jô sai de cena... que tristeza! Sempre que perdemos um grande representante da Cultura, ficamos mais pobres. Resolvi que era hora de ler e comprei os dois e-books. 
O primeiro volume, com aquele menino desinibido na capa é um convite pra uma agradável leitura, parece que ouvimos sua voz narrando cada uma das histórias emocionantes, curiosas e divertidas. Gostei muito de dois trechos com os quais me identifiquei como escritora. O primeiro diz assim: "Um escritor se forma não só lendo bastante, mas prestando muita atenção nas pessoas, na experiência que elas transmitem, naquilo que viveram".  O segundo: "... nas conversas das esquinas, dos cafés e até dos chás da tarde das senhoras, havia uma atmosfera onde a ficção parecia estar na realidade (lá, eu sentia que nunca foi tão verdadeiro o trocadilho do Oswald de Andrade, que dizia que 'a gente escreve o que ouve, nunca o que houve')". 
O segundo volume detalha sua produção em teatro e TV e o quanto era talentoso nos diversos trabalhos que abraçou! Destaco também dois trechos que me emocionaram como fã do grande humorista e artista absolutamente sensível: "Eu só existo por causa da plateia, preciso dela pra viver". "Dediquei a minha vida a fazer a vida dos outros um pouquinho mais alegre. Talvez eu devesse contabilizar o meu patrimônio em sorrisos". 
Certamente ele fez nossa vida melhor! Aplausos ao genial e eterno Jô Soares! Viva o humor! Viva a Cultura! :)

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Diálogos inusitados...

- Vamos ao teatro?

- Claro! Quando?

- Agora!

- Como assim, agora?

- Segundo o dicionário, neste momento, nesta hora, neste instante!

- Isso eu entendi. Mas são oito horas da manhã!

- E?

- E os teatros estão fechados.

- E daí?

- Por acaso, você quer ir pra frente de um deles e esperar por, pelo menos, umas 10 horas até o estabelecimento abrir as portas?

- Algum problema nisso?

- Vários.

- Cite três.

- Fácil: está um frio intenso do caramba; não teremos onde sentar por horas e vamos colocar nossa segurança em risco.

- E se pegarmos um avião e formos a algum teatro de outra cidade? Ou quem sabe outro país?

- O que tinha naquele café que você tomou agora há pouco? Sim, porque o meu era só café mesmo, sem aditivos...

- Não exagere. Aditivos! Parece que tá falando de óleo de carro.

- O que acontece com você, então?

- Nada demais... só animação, vontade de fazer alguma coisa inusitada...

- Ir ao teatro às oito da manhã sendo que o espetáculo começa às oito da noite é algo realmente inusitado... mas nada instigante!

- Veja o lado bom das coisas. Podemos escolher um teatro em qualquer parte do País. Tem lugar que está a alguns quilômetros de carro e outros que estão a quatro ou cinco horas de distância, é só escolher! Passamos o dia em busca do teatro pra nossa noite ser ainda mais especial!

- Ainda mais especial?

- Calma, você não esqueceu nenhuma data marcante. É que, pra mim, todos nossos segundos, minutos, dias, noites, meses, anos são especiais por si só. Queria apenas que hoje nossa noite fosse tão boa como foi nossa madrugada.

- Quebrou minhas pernas, amor... Te amo!


*Essa bela história surgiu assim... de forma inusitada... rsrsrs... 

Viva o lado doce da vida! Viva o Teatro! Viva a Cultura! :)

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Família... família...

Léxico familiar é um dos livros mais instigantes que li ultimamente. Ao mesmo tempo em que diverte com tiradas irônicas e bem humoradas, narra a história da família da autora em meio à Segunda Guerra Mundial e o fascismo. A narrativa é baseada nas memórias de Natalia Ginzburg, caçula da família dos Levi. 
A leitura é de um fôlego só, não tem capítulos (sei bem o que é isso... Procurando Sophia foi escrito como uma necessidade urgente de contar uma história... saiu assim... numa só tacada), a autora italiana nos abre suas memórias sem pudores, com pitadas históricas, temperadas de uma ironia ímpar que envolve o leitor.
Tenho que citar algumas tiradas hilárias, como o pai severo e rabugento, que criticava os filhos, chamando-os de burros por qualquer motivo e achava que um dos netos parecia um ferroviário... rsrsrs... A mãe, ao contrário, era alegre, gostava de passear, comprar roupas e gastar dinheiro. O pai dizia que só ele se importava em economizar, chamava a mulher e os filhos de megalomaníacos... rsrsrs... E quando a mãe obriga uma das filhas a comprar várias calças para as crianças, porque não queria ver os netos de bunda de fora... ahahaha... só lendo mesmo... rsrsrs... Enfim, aos poucos, a leitora aqui foi se acostumando com as manias e rudezas de cada um deles e, na metade do livro, já se sentia à vontade com todos. É um prazer ler uma autora tão brilhante na maneira de narrar suas histórias, tão divertida e tão profunda! Meu lado italiano vibra... rsrsrs... Viva a literatura! Vivas as escritoras! :)

terça-feira, 31 de maio de 2022

Canadá e seus encantos...

Mergulhei no mundo de Anne Shirley, no meu caso, um box com oito e-books! Foram dias acompanhando as várias fases de Anne, desde sua chegada à fazenda de Green Gables, na Ilha do Príncipe Eduardo, uma província no leste do Canadá, até seu casamento com Gilbert, o nascimento dos filhos do casal e muito mais. O primeiro livro foi lançado em 1908! Gosto de romances que se passam em épocas remotas, quando não se vivia em meio a essa avalanche de tecnologias que  nos cercam atualmente. Gosto de ler histórias em que os personagens escrevem cartas e ficam ansiosos esperando uma resposta, que caminham à pé pelas alamedas e estradas floridas sem medo de ser feliz... rsrsrs... Uma coisa que me encanta é a maneira como a autora, Lucy Maud Montgomery, mais conhecida como L. M. Montgomery, narra as aventuras de Anne, detalhando a natureza, coisa que me conquista rapidinho, árvores, flores, céu, amanhecer, anoitecer, estrelas, nuvens, chuva, neve, o canto dos pássaros, os riachos, o mar!
Ah! Assisti a série da Netflix, achei muito boa, mas sempre tive vontade de ler os livros pra conhecer melhor Anne por sua criadora! Gosto da personagem por ser sonhadora, sempre ver o lado bom da vida, mas sem ser perfeitinha e ter suas doideiras... me identifico... rsrsrs...
É interessante ver a personagem crescendo, estudando, chegando à fase adulta, casando. Ah! Por falar nisso, o casal Anne e Gilbert é muito bonitinho, gosto dos dois, eles têm uma leveza e um bom humor que me agradam muito. E o melhor, depois de casados, enfrentam tudo juntos o tempo todo, inclusive, a Anne só tem um momento de insegurança por conta de... ah... não vou contar nada, só quero passar minhas impressões.
Nos primeiros livros, Anne é protagonista absoluta, não posso deixar de mencionar os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert, que a adotaram e aos poucos constroem uma bela relação de amor e respeito; a Casa dos Sonhos, para onde Anne e Gilbert vão moram depois de casados, onde nasce o primogênito, um lugar muito bonito e muito marcante na vida dos dois; e Ingleside, onde nascem os outros cinco filhos do casal. Aliás, o livro que leva o nome de Anne de Ingleside é narrado pelos filhos de Anne, histórias que são impactadas pela Primeira Guerra Mundial. E no volume que encerra a coleção, vale destacar o cachorro Segunda-feira, que dá um toque doce e melancólico à narrativa.
Enfim, gostei de passar esses dias no Canadá! Lembrando que ler autoras de tempos atrás, principalmente, de épocas em que a mulher escritora era coisa (phina... rsrsrs) rara, é muito bom. Essas autoras pioneiras, independentemente do estilo literário, são nossas precursoras e merecem nosso aplauso sempre, são inspiração! Viva a Literatura! :)

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Que a força esteja conosco!

Hoje é Dia de Star Wars! Adoro essa saga e confesso que os filmes da trilogia original (Guerra nas Estrelas - 1977, O Império Contra-Ataca - 1980, e O Retorno de Jedi - 1983) são meus eternos preferidos! Pela foto dá pra perceber como gosto, tenho a trilogia em DVD, o mestre Yoda de pelúcia e a querida Princesa Leia Organa (em forma de chaveirinho... rsrsrs). Enfim, nada mais inspirador do que acompanhar Luke Skywalker, Han Solo e cia contra o sombrio e ofegante Darth Vader. Pois é, escrevo só pra aplaudir a criação de George Lucas que me encanta desde sempre, coisa de fã mesmo! É um texto de quem quer assistir mais uma vez os três filmes pra se imaginar como a destemida Princesa Leia... pra rever a floresta das sequoias gigantes... pra se divertir com a amizade entre Han Solo e o copiloto gente fina Chewbacca, com o charmoso R2D2 e o irritante, mas adorável, C3PO... rsrsrs... pra se encantar com Luke recebendo os ensinamentos do mestre Yoda... ah... rever cenas marcantes como quando o mestre jedi Obi Wan Kenobi diz para Luke a frase mais famosa das galáxias: "Que a força esteja com você"... até arrepia... ahahaha... Adoro histórias que se passam "há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante"... Viva Star Wars! Viva o cinema! :)

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Santos, 110 anos!

Hoje, peço licença para escrever sobre meu querido Santos Futebol Clube! São 110 anos de lindas histórias! Gosto de lembrar de jogadores que me fizeram torcer pelo alvinegro da Vila Belmiro... Serginho Chulapa é um deles, centroavante com C maiúsculo! Um clássico Camisa 9 de peso, que se perdesse o controle e fosse expulso, levava um do outro time junto pra igualar a parada... rsrsrs... Outro é o ponta-esquerda João Paulo! Eu adorava a velocidade e a facilidade que ele tinha de driblar e cruzar a bola com perfeição! Lembro de um jogo Santos x Flamengo, em que ele cortou o supercílio e continuou jogando, o sangue escorreu e tingiu nosso manto branco. Era um guerreiro e, nós da torcida, queríamos entrar em campo com ele. Nem lembro se ganhamos, mas a entrega foi total e é isso que vale! E o Pita? Meio de campo adorável, elegante e inteligente, armava as jogadas como nenhum outro e abastecia o ataque com maestria. Tem muitos outros que me encantavam com a bola nos pés, como o Juary, o Nilton Batata... ô time que me conquistou! Sem falar nos goleiros... o Marola, ah... grande Marola! E o ídolo Rodolfo Rodrigues, então? Fechava o gol que era uma alegria... ahahaha... Enfim, ao longo dos anos, o Santos sempre contou com jogadores admiráveis que me levaram a torcer ainda mais! Na década de 1990, o Giovanni, grande camisa 10! Nas semifinais do Brasileirão de 1995 contra o Fluminense, foi o maestro na grande virada que classificou o Santos para a final. Jogo eletrizante... Saaaaaantos!  Ah! Tem muitos outros jogadores que marcaram, como o Paulinho McLaren, o Narciso, o Robert, o Elano, o Léo, o Diego e, claro, o Neymar! Enfim, craques que fazem a gente adorar cada vez mais nosso querido peixe! Aproveito para reverenciar os eternos Pelé, Pepe, Zito, Melgálvio, Coutinho, Clodoaldo, Gilmar, entre outros ídolos! Santos sempre Santos! Viva o futebol atrevido, o futebol moleque, longe da retranca, sempre no ataque! :)

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Olha pro céu...

Tem dias em que a gente dorme e acorda meio tristinha. Não sei se pelas várias saudades acumuladas ou se pela vontade de que tudo, tudo mesmo, das coisas mais simples aos anseios mais secretos, deem logo certo e nos coloquem sorriso no rosto e brilho no olhar, então, vem o mundo nos lembrar que tudo tem seu tempo.

Antes das seis da manhã, abri a janela e vi o dia raiando, o Sol chegando devagarzinho com sua força e encanto, as nuvens dando aquele efeito especial, enfim, as várias cores e nuances do céu acabam por me acalmar e me inspirar.

Gosto de olhar para o céu todos os dias, em vários momentos, em todas as estações do ano, desde o amanhecer até o entardecer, à noite, de madrugada, porque além de me alegrar profundamente, me faz lembrar minha mãe cantando pra mim: "olha pro céu, meu amor, vê como ele está lindo..." (canção de Luiz Gonzaga e José Fernandes). Pois é, doces lembranças também são inspiradoras.

Hoje, fiz duas fotos do amanhecer (que ilustram esta singela conversinha... rsrsrs) e, como sempre, ficaram lindas, não por mérito meu ou da câmera do meu celular, mas da beleaza do céu, do poder do Sol, da graça delicada das nuvens, do dia nascendo e trazendo esperança.

Assim como escrever, pra mim, olhar pro céu é tranquilizador, torna as coisas mais fáceis de enfrentar, quaisquer coisas, tanto as alegres como as mais tensas. Nada que um tamborilar no teclado ou um rabisco no papel não faça tudo fluir mais agradavelmente. Gosto da intensidade, sentir e escrever quando tudo pede clareza e desabafo é libertador! Viva a natureza! Viva os sentimentos! Viva a satisfação de escrever! :)

segunda-feira, 21 de março de 2022

Viva a Natureza!

O dia amanhece lentamente, os raios do Sol refletidos nas águas do lago tornam o momento ainda mais especial. Tudo flui normalmente, o canto dos pássaros e o leve farfalhar das folhas das árvores enchem o ambiente de poesia... até que a paz matutina é quebrada com um duplo bocejo... da capivarinha Ester e do patinho Bernardo. Os filhotes aproveitam aquele instante mágico de espreguiçar o corpo todo, deixando pra trás a noite de sono.

- Bom dia, Bê! Tudo bem?
- Bom dia, Teté! Tudo ótimo! Uma noite bem dormida sempre recarrega as energias... e admirar o que temos a nossa volta é ainda mais energizante!
- Que bom! Gostei de ver esse seu entusiasmo! Também dormi bem!
- Mas confesso que tô meio preocupado... estive pensando...
- Ih! O que foi, Bê? Algum problema com alguém da sua família?
- Não, estão todos bem, Teté! Desculpe começar o dia assim, mas estive pensando e fico impressionado com a falta de sensibilidade e amor à Natureza por parte das pessoas. Como conseguem cobrir a terra de construções, umas coladas nas outras, sem deixar um respiro, e ainda achar que assim está tudo bem! Tudo azulejado e sem árvores pra não sujar o quintal. Como se as folhas fossem se comparar à sujeira horrorosa que eles produzem às toneladas. Sem contar a total falta de cuidados no descarte do lixo!
- E os córregos e rios, Bê? Todos tomados pela poluição, que aliás é fruto da mania que o ser humano tem de mexer aonde não devia. A praga do petróleo e seus derivados, por exemplo, pra quê retirar material das profundezas dos oceanos e produzir um monte de coisa que só polui e suja nossas águas? Não consigo não me indignar ao olhar os rios que eles sujam constantemente e depois intitulam de "esgoto a céu aberto"... ora, ora... respeitem nossas riquezas naturais!
- As florestas, então, Ester, estão sendo cada vez mais devastadas por garimpos, extração ilegal e uma profusão de pastos e plantações. Parece que realmente ninguém está muito preocupado com o pulmão do mundo. Gastam dinheiro com tudo, viagens ao espaço, tecnologias a cada segundo mais modernas, enchem suas rotinas de computador, celular, equipamentos eletrônicos, mas investem muito pouco em despoluição de rios e na proteção das nações indígenas e de nossas florestas. Quando vão entender que a saúde do planeta é...
- ... ah, Bê! Agora você forçou! Não adianta falar em saúde do planeta, muitas pessoas não pensam na própria saúde como vão pensar na dos outros ou da natureza? Alimentam-se de produtos industrializados, cheios de conservantes e corantes e aromatizantes, torcem o nariz para a comida saudável e natural... pensam que o meio ambiente vai aturá-los por mais quanto tempo?
- Na minha opinião, a Terra é muito boazinha com os seres humanos, cujo senso de humanidade está cada vez mais escasso. E por falar em escassez, Teté, voltando ao tema água, eles ainda pensam que podem abusar assim das nossas nascentes? Só vejo preocupação quando as chuvas diminuem e eles se lembram dos tais reservatórios esvaziados!
- Olha... eu entendo a importância da Ciência, dos pesquisadores e gênios mundo afora, mas muitas vezes o que foi estudado e desenvolvido acaba tendo sua utilidade original deturpada. As descobertas do homem nem sempre são usadas para o bem. Não quero me aprofundar, vou dar um exemplo de algo mais recente: as redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea, que dizem terem sido criados para aproximar as pessoas, disseminar a informação, mas, na realidade, estão fomentando brigas, injustiças, falsas notícias, causando problemas de saúde, e mesmo assim as pessoas passam horas e horas conectadas, atentas à vida dos outros, esquecendo-se de agradecer pela sua própria vida, desejando ser o que não é e ter o que não tem... tristes tempos em que ter é mais importante do que ser... lamentável! 
- Esterzinha do céu... e as guerras que se espalham pelos quatro cantos do planeta? É desesperador que ainda usem armas e lancem bombas e mísseis uns contra os outros, sempre matando inocentes aos montes, como se ainda estivessem nos primórdios quando haviam batalhas por territórios. Cadê o respeito pela soberania dos países? Cadê a empatia? Cadê o respeito ao próximo? Sim, porque as guerras devastam não só os envolvidos diretamente nos confrontos, mas impacta todos os habitantes do planeta. Até a gente aqui em nosso lago... não há como escapar... o mundo é um lugar só... é único!

De repente, um barulho interrompe o bate-papo dos filhotes.
- Ai... abriu o parque. Pausa na conversa, Bê... é hora de compartilhar nosso paraíso com os humanos.
- Pois é, Teté, sorte que, agora cedinho, a maioria deles vem até aqui pra cuidar do corpo e da alma. Ah... mas deixo claro que é pausa na conversa, não em nossa indignação!

Os dois filhotes trocam um sorriso carinhoso e mergulham no lago, aproveitando o frescor da manhã.

* Este texto foi escrito para reflexão e em homenagem a duas datas extremamente importantes: Dia Internacional das Florestas (21/03) e Dia Mundial da Água (22/03). É preciso mais atenção e mobilização em prol do Meio Ambiente! Vamos proteger nossas florestas e mananciais! Respeitem a Natureza! :)

** Agradecimento especial à @ilustralika pela doce ilustração dos queridos filhotinhos Teté e Bê... :)