– Também ouvi! Saudade é coisa complexa!
– Sim... e pode vir acompanhada de sorrisos ou de lágrimas, às vezes, dos dois ao mesmo tempo.
– Você tem saudade do quê, amor?
– Ah! De muitas situações, pessoas, animaizinhos de estimação...
– Mas a maioria dessas saudades provoca lágrimas ou sorrisos?
– Tudo misturado...
– Prefere não falar sobre esse tema delicado, minha saudosa preferida?
– Não é isso, mas penso que se a semana é de saudade pra nossa querida criadora/autora, talvez ela não queira que a gente fique falando sobre esse assunto.
– Ah! Mas essa é uma estrada de mão dupla... assim como ela nos inspira a refletir sobre nossas saudades, a gente tá sempre inspirando-a com nossos diálogos! Inclusive, acho que ela falou isso pra gente ouvir e dissertar sobre o tema!
– Nossa, pensando bem... é isso mesmo! Como você é sensível, amor! Fico admirada com sua conclusão, porque concordo muito. Sem contar que somos parte dela e ela é parte da gente!
– Exatamente... somos parte uns dos outros!
– Então, acho que ela não vai se importar se eu falar da saudade que sinto de um cachorrinho que tive na infância!
– Claro que não! Conta, amor!
– Ele ficava sentadinho em cima do muro de casa, esperando eu chegar da escola.
– Mas ele ficava no sol, na chuva... em qualquer clima?
– Na verdade, ele só subia no muro minutos antes de eu chegar... minha mãe não queria ele sozinho no quintal por muito tempo.
– Ele era pequeno?
– Sim... era um amendoinzinho! Era um chihuahua de pelo longo. Leve e fofo como uma pluma!
– Que lindo! Devia fazer uma festa quando você chegava!
– Ah! Era uma alegria! Eu largava a mochila e a lancheira no chão e ele pulava no meu colo. Tenho muita saudade desse tempo... chegar da escola e ver um serzinho daquele me esperando tornava a infância ainda mais bonita!
– Não sou um cachorro, você não volta mais da escola, mas estou sempre aqui te esperando, amor!
– Ahahaha... bobo! Como você é um pouquinho maior que um chihuahua, prefiro pular no seu colo... é mais seguro!
– Ahahaha... quer colinho agora ou posso falar de saudade?
– Mais tarde vou cobrar esse colinho, mas agora conte uma saudade sua!
– Enquanto ouvia sua história, lembrei que tenho saudade de quando ia à banca de jornal comprar histórias em quadrinhos e de quebra levava um gibi, daqueles de amendoim, pra adoçar a tarde... ahahaha
– Ahahaha... aposto que lembrou do gibi quando falei do meu amendoinzinho!
– Na verdade, quando começamos a falar de saudade, lembrei das idas ao jornaleiro, aí você falou do seu amendoinzinho e logo lembrei do meu doce preferido... então, tive certeza que era a saudade perfeita a ser lembrada neste momento!
– Você tem bom gosto, amor! Também adoro gibis, os de amendoim e os de ler... ahahaha
– A banca de jornal era de um casalzinho, dois velhinhos muito simpáticos, enquanto ele separava os melhores quadrinhos, ela embrulhava dois gibis sempre fresquinhos, que eu levava pra casa e dividia com minha mãe e meu pai... sempre gostei de compartilhar tudo com eles! E quando estavam sossegados, líamos juntos as revistinhas a tarde inteira... era muito bom!
– Que linda lembrança, amor... cheia de nuances... o casalzinho da banca... seu pais... emocionei!
– Ahahaha... linda! Não fala assim que eu desmonto...
– Essa nossa querida criadora/autora é esperta... fez a gente abrir nossos baús de lembranças... espero que a gente tenha amenizado as saudades que inundaram a semana dela!
– Deve estar emocionada também... ela adora uma lembrança de infância... rsrsrs
– Sim... mas agora quero o colinho que você prometeu...
– Então, vem cá minha paçoquinha...
– Ahahaha... tô indo, meu super-herói! :)
* Esta divertida e delicada crônica foi a forma que encontrei de homenagear os saudosos aniversariantes da semana: meu pai, na segunda-feira, minha mãe, hoje! ❤️
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