segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Simplicidade saborosa

– Nesta época do ano, as pessoas ficam tão enlouquecidas pra fazer milhões de pratos salgados e doces pra servir na ceia, a impressão que dá é que se não fizerem receitas elaboradas com mil acompanhamentos, o Ano Novo vai ser aquém das expectativas!

– Concordo! Sempre achei que as festas de fim de ano geram uma leve histeria coletiva!

– Pois é, aí compra-se dois ou três tipos de carnes pra assar, maionese, farofa, arroz com passas... ahahaha...

– Ahahaha... nem vem... deixa as passas no panetone que fica tudo ótimo!

– Fica tudo ótimo desde que role um chocotone também!

– Claro! Ambos não podem faltar em nossa humilde ceia.

– E, sinceramente, somos fáceis de agradar... tô mentindo?

– Claro que não! Num churrasco, por exemplo, me contento com uma linguicinha fatiada! E pra você pão com vinagrete é um deleite... confere?

– Opa! Adoro comer pão com vinagrete enquanto aguardo as carnes, o problema é que, às vezes, elas demoram tanto a ficar prontas que quando me servem não cabe mais nada... ahahaha...

– Ahahaha... não exagera, você sempre guarda um espaço pra uma carninha ou, pelo menos, pro queijo coalho ou muçarela de búfala!

– Realmente, para algumas coisas a gente arruma espaço!

– Ahahaha... menina esperta!

– Mas voltando ao cardápio do Réveillon, esse ano, resolvi que vamos investir em uma ceia frugal... vamos passar sozinhos, então, acho que podemos inovar!

– Frugal? Devo me preocupar com isso?

– Bobo... vamos fazer opções saborosas, mas sem exagero.

– Já fez a lista pra gente ir ao supermercado?

– Já fiz as compras! Está tudo na geladeira e no freezer, basta irmos pra cozinha e prepararmos os pratos!

– Quando você foi às compras? De madrugada, enquanto eu dormia?

– Lembra quando você resolveu ir cortar o cabelo e passou a tarde toda enfiado no salão do seu amigo? Pois é, resolvi adiantar nossa agenda!

– E por acaso você trouxe tudo que eu gosto?

– Como o panetone, sua cerveja predileta e uma lata de pêssegos em calda? 

– Legal, mas tem outras coisas que gosto, será que lembrou?

– Azeitonas verdes sem caroço e amendoim com aquela casquinha... 

– Nossa, sou tão previsível assim?

– Essas são coisinhas que você gosta o ano inteiro...

– Você quer dizer que quando vou com você no mercado só pego as coisas que gosto como uma criança mimada?

– Eu diria criança grande, que adora ter acepipes pra beliscar a hora que quiser quando está de folga do trabalho!

– Quem ouve vai pensar que não ajudo em nada... não esqueça que tem vários pratos que eu que cozinho, principalmente os assados... sem contar que corto tomate e cebola para o vinagrete, do jeito que você gosta, em quadradinhos.

– Não entendo sua irritação, achei que você ia adorar que já fui ao mercado, assim a gente fica mais tempo na cozinha, preparando juntos o cardápio!

– Fiquei meio chocado, achei que gostasse de ir ao mercado comigo... mas não ter que sair agora na correria e aproveitar pra ficar mais tempo com você na cozinha... adoro!

– Então, agora, só falta você preparar nosso café com leite pra acompanhar um certo lanchinho...

– Ah! Você fez?

– Pãozinho francês cortado em fatias finas...

– ... com um pedaço de queijo, salpicado de orégano...

– ... esse mesmo, já levei ao forno, deve estar quase pronto!

– Viu como somos fáceis de agradar?

– Gostamos do simples...

– E a simplicidade torna a vida mais saborosa!

– Como você pode ser tão amável, mesmo sendo um ogro?

– Como você pode ser tão ogra, mesmo sendo um doce? :)


* A foto que ilustra esta crônica foi feita por mim, assim que o lanchinho saiu do forno... rsrsrs...

sábado, 21 de dezembro de 2024

Desabafo nostálgico


– Modéstia à parte, olha que coisa mais linda essa foto!

– Parabéns, minha fotógrafa!

– Isso é sincero ou contém ironia?

– Claro que é sincero, já te elogiei inúmeras vezes... por que a surpresa?

– Sei lá... às vezes te mostro uma foto e você nem olha direito...

– Injusta você, hein? Sempre admirei suas habilidades fotográficas!

– É verdade, é que eu não esperava uma reação tão efusiva quando mostrei a visão da janela com a serra ao fundo, poderosa, mostrando quem manda nessa bagaça desse mundo!

– Exagerada! 

– Como exagerada? Por acaso, você não acha que a natureza é quem manda nessa porra toda?

– Calma, amor! Claro que concordo... mas vamos mudar de assunto? Que tal um cineminha pra alegrar nossa tarde?

– Boa ideia...

– Assim você relaxa... 

– Depende... 

– Lembre-se que hoje você é quem escolhe o filme!

– É mesmo!

– Então que cara é essa? 

– Lembrei de uma coisa que me irrita...

– Só de uma? Pois eu lembro de várias coisas que te irritam... ahahaha 

– Engraçadinho! 

– Desculpa, amor, mas é que você me dá subsídios pra te aloprar... fazer o quê?

– Ah! Você vai continuar me ironizando?

– Não, prometo!

– Como estou magnânima hoje e sem a menor disposição pra discutir, vou me trocar para irmos ao bendito cinema!

– Não sem antes me dizer por que você fez aquela cara de irritação quando te convidei para um cineminha!

– Ah! É que tem coisas que me irritam...

– Agora acredito, coisas que te irritam, no plural... uma só, não tava acreditando muito...

– Vou pegar minha bolsa, nem vou me trocar mais...

– Tá bom, vamos suados mesmo...

– Ahahaha... bobo!

– Então, fala o que te aflige...

– Tá bom... o fato é que tenho saudade de quando ia ao cinema e tinha fila na bilheteria... de ouvir as conversas aleatórias e montar uma colcha de retalhos com as histórias. Quando chegava ao guichê, escolhia a poltrona e comprava o ingresso, importante dizer que fazíamos tudo isso interagindo com o atendente sempre solícito. Depois, a fila da pipoca e, em seguida, a fila pra entrar na sala de exibição... e mais trechos de conversas aqui e ali. Hoje, a gente chega na bilheteria, que até tem um atendente, mas desanimado e só pra apontar a bendita tela de autoatendimento. Que chatice! Sem nenhum glamour, você dá alguns cliques, paga, seja pelo cartão ou pelo famigerado pix, e a maquininha expele um tíquete frágil que será levemente rasgado pela moça que fica na porta da sala controlando a entrada... lamentável! Gosto da sutileza das relações humanas, da conversa com os atendentes. Incrível como tudo está cada dia mais mecanizado, não há interação e o mais triste é que as pessoas nem querem interagir mesmo, preferem ficar corcundas com os olhos pregados na tela do celular e de fones de ouvido, enquanto aguardam a sessão, ignorando o mundo à sua volta. Isso me entristece.

– Concordo com tudo que você falou, amor! Mas não fique assim chateada, admirar o mundo à nossa volta é pra poucos!

– Ainda bem que você me entende, amor! E ainda bem que a gente sabe admirar o que importa.

– Então vamos fazer uma coisa... em vez do cinema, vamos ficar aqui admirando a bela paisagem da sua foto!

– Ah! Mas você queria ir ao cinema e eu fiquei só desabafando...

– Ouvir seus desabafos é meu programa preferido!

– Também te amo! :)


* A foto que ilustra esta crônica foi feita da janela do consultório de minha médica preferida... 😉

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Ainda precisamos muito falar sobre isso...

Saí do cinema impactada pela beleza triste de "Ainda estou aqui". Por mais que se tenha acompanhado entrevistas sobre o filme e sua trajetória pelo mundo, não há como não se emocionar com o sofrimento da família de Rubens Paiva, torturado e morto nos porões da ditadura militar, que assolou o Brasil e deve sempre ser lembrada para jamais se repetir.

O início do filme me conquistou pela alegria da família Paiva em cenas cheias de carinho e diversão. Fiquei tão envolvida com a história que quando os caras da repressão levaram Rubens para dar um "depoimento", senti uma angústia tão grande como se ele fosse da minha família. Queria muito que as cenas alegres continuassem por mais alguns minutos. Confesso que fui às lágrimas. 

A partir daí, Eunice mostra toda sua força tentando reencontrar o marido, enfrentando inúmeros problemas e sempre protegendo os filhos. Uma das cenas que me chamou a atenção foi a da foto na praia, em que todos aparecem sorrindo, inclusive Rubens, e só Eunice está tensa observando os tanques militares passando a toda velocidade pela orla, como se ela tivesse tido um pressentimento. Aliás, o cartaz do filme é um recorte dessa foto.

Fernanda Torres brilha no papel de uma Eunice forte e, ao mesmo tempo, contida, que nos faz querer ajudá-la na busca pelo marido desaparecido. A interpretação serena e impecável de Selton Mello como Rubens nos brindou com momentos leves e emocionantes do pai divertido e do marido, extremamente, amoroso e companheiro.

A direção de Walter Salles, sempre competente e muito sensível, e a fotografia que nos transporta para a década de 1970, com suas cores e particularidades, são dignas de aplausos! O elenco todo está muito afinado, mas é preciso destacar o trabalho delicado e profundo de Fernanda Montenegro, que com apenas um doce olhar nos arrebata e novamente nos leva às lágrimas. 

É emocionante, mas não vou contar mais detalhes, porque é preciso que cada um assista para sentir e refletir sobre como essa e tantas outras famílias brasileiras sofreram durante aqueles anos. É, absolutamente, necessário! Assistam o filme, leiam o livro! Viva a liberdade de expressão! Viva o cinema brasileiro! :)

sábado, 14 de dezembro de 2024

Sem palavras...

Adoro textos, mas a silenciosa HQ "Um oceano de amor", dos franceses Wilfrid Lupano (roteirista) e Grégory Panaccione (quadrinista) me conquistou por ser singela, divertida e, ao mesmo tempo, reflexiva! Sem balões ou legendas, a narrativa gráfica conta a saga de um casal que vive em uma cidadezinha na Bretanha (França). Ele é um pescador experiente, que certo dia, tem o barco abalroado por um enorme navio pesqueiro e não volta para casa. Ela é uma dona de casa, que desesperada, resolve sair em busca do marido desaparecido.


A partir daí, somos brindados por momentos divertidos e inusitados quando a esposa, depois de ir a uma cartomante, resolve se arriscar em uma viagem de navio com destino a uma certa ilha, onde pensa encontrar o marido. Enquanto isso, o pescador enfrenta vários desafios tentando voltar para casa, tendo por companhia apenas uma esperta gaivota! 

Se por um lado, a HQ traz uma mensagem agradável de amor relacionado à luta do casal para se reencontrar; por outro, ela escancara os problemas provocados por uma sociedade consumista que fere os mares despejando montanhas de lixo em suas águas! 


Encantadoras, envolventes e vibrantes, as ilustrações nos fazem navegar ao longo das páginas, nos divertindo e emocionando, nos mostrando a delicada e sincera relação entre o casal, o respeito do pescador pelo oceano e, acima de tudo, renovando a certeza de que o amor continua sendo a melhor rota que podemos escolher para seguir pela vida!

Viva a sensibilidade de Lupano e Panaccione! :)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Rabiscos e lembranças

Claire adora desenhar! Seus rabiscos são muito elogiados pela família e amigos. Desde muito pequena, quando sua mãozinha nem conseguia segurar direito o lápis, ela já riscada papel, bonecas, paredes, provocando admiração de muitos e rendendo algumas bronquinhas de sua mãe, que mesmo adorando seu talento precoce, não aguentava mais limpar suas obras de arte pela casa toda... rsrsrs...

Obras de arte sim, afinal, desenhistas, ilustradores e os grande pintores, certamente, não começaram usando materiais caros, seja telas ou papel, antes de desenvolverem suas técnicas e serem respeitados como artistas! Por isso, desde de seus primeiros sóis, luas, estrelas, nuvens, árvores e flores, ela sempre acreditou que podia melhorar e nem ligava quando alguém menos sensível dizia que era coisa de criança, que quando crescesse passava... que falta de tato!

Hoje, Claire é uma quadrinista reconhecida que, mesmo em sua rotina agitada, continua sendo aquela menininha criativa que fechava os olhinhos pra se concentrar e imaginar o próximo desenho. Ainda que cercada por tablet, computador e mesa digitalizadora, ela prefere usar papel, lápis, caneta pra desenvolver suas ideias. De vez em quando, lembra do estojinho cor-de-rosa com o qual vivia agarrada, onde guardava canetinhas, lápis de cor, borracha, apontador e seus sonhos mais secretos.

Engraçado que sou da escrita, mas Claire me fez lembrar da Gi que adorava desenhar com os irmãos... cada um fazia um rabisco no papel desafiando o outro a desenhar o que viesse à cabeça a partir daquele traço que sempre tinha uma curva a mais só pra dar trabalho, irmãos são assim... rsrsrs... bastava um pedaço de papel e canetas de cores diferentes pra saber se quem desenhou depois soube aproveitar o traço original... e o resultado? Muitas risadas e diversão garantida! Brincar é saudável... experimentem! :)

* A doce ilustração que me inspirou a escrever essa delicada crônica com pitadas de lembranças da minha infância é do querido Hiro Kawahara (@hirokawahara). Mais uma vez, obrigada pela gentileza e parabéns por sua arte... ❤️

sábado, 7 de dezembro de 2024

Aconteceu em Lisboa

Descobri o livro num post que indicava títulos literários que foram adaptados para HQs. Mesmo que a adaptação para os quadrinhos tenha me chamado muito a atenção, corri primeiro para ler o livro, porque normalmente prefiro conferir a obra original antes de qualquer adaptação, seja HQ, filme, série e etc. Assim, conheci "afirma Pereira - um testemunho", do saudoso escritor italiano Antonio Tabucci, um apaixonado por Portugal e respeitado crítico e tradutor de Fernando Pessoa, tendo sido responsável pela edição italiana do poeta! 

Com uma maneira agradável e, ao mesmo tempo, profunda de escrever, o autor nos conta a história de Pereira, um solitário viúvo de meia-idade, jornalista responsável pela editoria de Cultura de um jornal modesto na Lisboa de 1938, em plena ditadura salazarista, em uma Europa assombrada também pela guerra civil espanhola e a ascensão do nazismo na Alemanha. 

Adorei a nota que abre o livro, em que o autor conta quando um português chamado Pereira lhe visitou em uma certa noite: "Naquela época não tinha traços definidos, era algo vago, fugidio e indistinto, mas já tinha vontade de ser protagonista de um livro. Era apenas um personagem à procura de um autor". Fui arrebatada logo de cara, até porque acredito muito que os personagens estão por aí querendo nos contar suas histórias, por isso, estou sempre atenta... rsrsrs...   

O que poderia ser uma obra sisuda e pesada mostra-se em vários momentos divertidos de Pereira em meio a limonadas, omeletes, conversas com o retrato da esposa falecida e nos impagáveis encontros com seu amigo padre. Quando conhece um rapaz, que contrata para trabalhar como estagiário, o jornalista começa a questionar seus próprios valores e posicionamentos. 




A HQ é de uma sensibilidade ímpar, o quadrinista francês Pierre-Henry Gomont soube extrair os pontos principais do livro e com seus traços leves e cheios de personalidade nos aproxima do pacato protagonista. 

Mesmo assim, insisto que ler o livro antes torna a HQ ainda mais bonita e fluida, tão necessária quanto a obra do italiano.

 
Ao ler a narrativa de Tabucci, nos sentimos em Lisboa, mesmo sem nunca ter estado lá. Quando lemos a HQ, podemos visualizar tudo o que imaginamos nas páginas do livro. 

Vale muito a pena prestigiar o autor italiano e o quadrinista francês que contam, magistralmente, um pouco da história de Portugal! 

É um belo encontro entre a Literatura e a História em Quadrinhos! :)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Tijoladas nada edificantes

Naquela manhã, ela resolveu ler o jornal impresso, como todos os dias, e, em seguida, foi para o computador dar uma olhada nas redes sociais, um mau hábito que, muitas vezes, acaba com seu bom humor.

– Genial! Mas que merda!

Nesse momento, ele chega com um pratinho de pães de queijo saídos do forno, e fica observando a cena, intrigado.

– Peraí... o que você está lendo? É genial ou é uma merda?

– A tirinha é genial! Mas o que me fez lembrar é uma merda! Dá pra entender?

– Prefiro que me explique melhor...

Quando coloca o pratinho de pães de queijo na escrivaninha, ela se prepara para pegar um, mas ele a impede.

– Não senhora! Primeiro vai me explicar essa coisa genial que te lembra sei lá o quê...

Ela faz uma careta, respira fundo e desiste de saborear um pão de queijo ainda quente.

– Vamos fazer o seguinte, leia a tirinha da Laerte e depois discutiremos!

– Agora me senti numa sala de aula... leia o enunciado... ahahaha...

Ele se aproxima da tela do computador e, em segundos, começa a dar risada.

– Ahahaha... a Laerte é genial... aposto que você lembrou mais algumas tijoladas iguais a essas que nos deixam sem ação quando mais precisamos de apoio.

– Exatamente! São várias situações em que essas expressões só servem pra acabar de lascar quem já tá lascado. Esses "simples assim", "quem viver verá" e "vida que segue" podem ser altamente prejudiciais à saúde!

– São cruéis...

– Sabe uma que me lembrei e que é prima-irmã dessas da tirinha? Quando você reclama de alguma situação no trabalho ou na vida, sei lá, e a criatura tasca um "ninguém disse que seria fácil"!

–  Putaquepariu... desculpe, leitor, mas o palavrão foi inevitável. Já vivi essa situação e me irrita até hoje! Lamentável... eu lá quero saber se alguém disse que não seria fácil? Que se lasque! Se não pode ajudar, me deixa reclamar e pronto... uma hora eu resolvo!

– Ahahaha... pois é... e quando uma pessoa diz, por exemplo, que considera algo inconveniente, mas que deve fazer e o interlocutor lança mão de um "faz parte"! Normalmente, o mundo todo sabe que tal coisa faz parte, mas e daí? Qual a utilidade de falar essa groselha?

– Lembrei uma que é moda no mundo corporativo, nos livros de autoajuda, entre influenciadores digitais e nas redes sociais em geral: "você tem que sair da sua zona de conforto"! Ahahaha, que ódio! Qual o problema da gente viver assim, desde que sem sacanear ninguém? Eu lá quero ficar me desafiando o tempo todo, sai fora! É tão difícil conquistar alguma coisa nesse país e os caras ainda ficam atormentando a gente! Acabei de lembrar de outra: "você deve pensar fora da caixa"! Contentem-se com quem pensa, seja dentro ou fora da bendita caixa! Bando de caga-regra! 

– Agora estou melhor! Obrigada por compartilhar de minha indignação com esse monte de frase feita que não edifica porra nenhuma!

Ele pisca pra ela e estende o prato de pão de queijo!


* Viva Laerte e todos os cartunistas que nos inspiram, nos divertem e nos fazem refletir! :)