sábado, 15 de fevereiro de 2025

Nicolau e Marcelino

René Goscinny é um encantador roteirista de quadrinhos, que ao lado do ilustrador Uderzo nos proporcionou belas e divertidas aventuras do icônico Asterix. 

Mas hoje, quero falar de "O pequeno Nicolau" (Le petit Nicolas), de Goscinny com ilustrações do querido Jean-Jacques Sempé. 

A obra conta a história de Nicolau e seus amigos, alunos absolutamente arteiros, que enlouquecem a professora e deixam os inspetores e o diretor da escola de cabelos em pé.

Mesmo com várias situações embaraçosas e dignas de pestinhas, há toda a leveza e a alegria de uma infância saudável, de tempos em que o recreio era hora de brincadeiras e diversão certa para as crianças... longe de celulares e redes sociais... infância analógica... a melhor e, certamente, a mais recomendada!

Com esse menininho sapeca, Goscinny mais uma vez nos brinda com uma narrativa sensível para além da diversão, enfatizando o que é mais importante na vida, as amizades, saber lidar com as diferenças, e a alegria de contar com os pais em momentos difíceis.

A ilustração de Sempé em "O Pequeno Nicolau" complementa a narrativa de Goscinny com maestria, seu traço fino e delicado nos coloca dentro do universo desse menininho levado e nos faz lembrar de nossos tempos de escola.

Ainda sobre Sempé, todos aqui sabem o quanto admiro sua arte e não posso deixar de destacar também a leve e divertida historia de "Marcelino Pedregulho" (Marcellin Caillou).

Marcelino é um menino que fica enrubescido sem motivo, podemos ver seu rostinho vermelho em várias situações. Mas aos poucos, ele vai aprendendo a enfrentar o problema, driblando as perguntas de todos sobre sua "mania" de ficar vermelho do nada, até que um dia conhece Renato Rocha, um menininho que espirra toda hora, sem nunca ter ficado resfriado.

A partir daí, os dois se tornam amigos, aceitando suas peculiaridades como nas verdadeiras amizades até que, de repente, Renê muda de bairro e... não vou contar mais nada. Prefiro que cada um experimente os encantos do mestre do cartum. Em "Marcelino Pedregulho, os traços finos de Sempé são de uma delicadeza ímpar e, de maneira sutil, ele nos faz ora gargalhar, ora refletir! Viva a inspiradora Nona Arte! Viva Goscinny e Sempé! :)

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