Entre as inúmeras entrevistas que a Fernanda Torres deu durante a campanha de "Ainda estou aqui" rumo ao Oscar, me chamou a atenção a que ela fala da importância cultural das telenovelas brasileiras: "Novelas nos viciaram em nós mesmos, ajudaram o Brasil a não ser tão colonizado por culturas estrangeiras... Temos autores muito bons, principalmente, ali na década de 80, tínhamos novelas espetaculares. E elas ensinaram o povo brasileiro a se assistir em português"!
Aí fiquei pensando, cresci assistindo novelas e desde sempre admirava seus autores. Adorava as novelas das 19h, divertidas como "Guerra dos Sexos", de Sílvio de Abreu, e "Vereda Tropical", de Carlos Lombardi, e a incrível "Que rei sou eu?", de Cassiano Gabus Mendes, que criou personagens inesquecíveis, interpretados por grandes atores, em uma trama que mesclava humor e crítica social e política... na minha opinião, uma mais marcantes e inovadoras novelas de todos os tempos! Salve o Reino de Avilan... rsrsrsClaro que as novelas das 20h (que, hoje, passam sei lá que horas... rsrsrs... faz tempo que não assisto) também eram ótimas e contavam com autores brilhantes, como Manuel Carlos, Benedito Ruy Barbosa, Dias Gomes, Janete Clair, Gilberto Braga, Walter Negrão, que nos emocionaram, divertiram e inspiraram! Mas, sinceramente, as chamadas novelas de época, das 18h, sempre me conquistaram, algumas por flertarem com a Literatura, outras por retratarem histórias simples e, por isso, adoráveis... minhas preferidas e mais batutas são as que se passam nas décadas de 1950 e 1960, adoro as músicas, cenários e tramas envolventes, como, por exemplo, "Estúpido Cupido" (Mario Prata), e "Bambolê" (Daniel Más, com colaboração de Ana Maria Moretzsohn).
Confesso que, ao longo dos anos, fui deixando o hábito de assistir três novelas por noite... rsrsrs, mas as da faixa das seis ainda continuam me conquistando... como a atual "Garota do Momento", de Alessandra Poggi. Adoro o figurino, trilha sonora, os personagens bem construídos, a fotografia que dá o tom de 1958, época que parecia que o Brasil era mais próspero, alegre e leve... o que dá um certo aconchego e nos tira um pouco da dura realidade.É fato que adoro ler, ir ao cinema, ao teatro, visitar exposições, enfim, qualquer programa cultural, mas também gosto de assistir minha novelinha das seis... rsrsrs... porque adoro a atmosfera dos anos 1950... o boliche, as lambretas, a TV Ondas do Mar, o Clube Gente Fina e uma elegância que parece que o mundo foi perdendo ao longo dos anos. O elenco todo está muito bem, mas destaco o trabalho de Danton Mello interpretando o dono da agência de publicidade Hi-Fi, Raimundo e sua gastrite impagável, enfim, uma novela que vale a pena assistir pra desestressar!
Ah! A cultura brasileira é muito rica em suas várias vertentes e merece sempre ser valorizada. Concordo com nossa totalmente premiada Fernanda Torres ao exaltar a relevância cultural das novelas brasileiras. Salve toda e qualquer manifestação cultural que tempera a vida e ajuda a construir nossa identidade! :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário