segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entrevista Laís Bodanzky! Oba!

Hoje, o Coisa Phina publica a primeira de uma séria de entrevistas com personalidades do cinema nacional! Espero que a segunda "entre em cartaz" logo! rsrsrs! E para abrir a série, tenho a honra de postar uma conversa agradável com a cineasta Laís Bodanzky, (foto: Renata Terepins), diretora dos longas "Bicho de Sete Cabeças", do maravilhoso "Chega de Saudade" e de "As Melhores Coisas do Mundo", e uma das idealizadoras do projeto "Cine Tela Brasil", que leva o cinema para regiões onde não há acesso à magia da Sétima Arte. Adorei conversar com a Laís e descobrir que temos algo em comum, como a admiração por Woody Allen, pelo clássico "Cantando na Chuva" e pelo gênio Charles Chaplin! Espero que gostem e (se puderem) comentem! Beijos!

Coisa Phina - Como surgiu o Cine Tela Brasil?
Laís Bodanzky - O Cine Tela não surgiu com a estrutura que tem hoje, com duas telas grandes, ar condicionado, etc. Há 15 anos, começamos mambembe, com dois projetores, em salas de aula, exibindo curtas metragens, que era o que a gente produzia no momento. Os curtas eram muito comuns em festivais. Por isso, quisemos levar essa produção para um público desavisado, que não conhecia cinema , não era acostumado a ir ao cinema. O Cine Tela nasceu da observação, tanto de realizador que quer exibir seu trabalho e não tem espaço, como para encontrar seu público.

CP - Quais os planos do Cine Tela para 2011?
LB - A ideia é intensificar o projeto na área da Educação. Nosso público é o estudante da escola pública, queremos trazer esse público para viver a experiência do cinema. Portanto, nossa ideia é intensificar nosso trabalho junto aos estudantes.

CP - O Brasil ainda conta com muito poucas salas de cinema. Como resolver o problema?
LB - Hoje, o cinema brasileiro mudou, está sendo respeitado e tem grandes bilheterias. Acho que estamos em um momento de expansão das salas, com a estabilidade da economia. Só que precisamos acelerar esse processo, temos público em potencial, existe um projeto da Agência Nacional do Cinema para abertura de salas populares... já é um começo!

CP - Muitos dizem que o maior problema do cinema nacional é falta de roteiro...
LB - Temos bons roteiristas. Quem escreve tem mercado para trabalhar. Os novos precisam se mostrar para o mercado. Temos bons técnicos e bons diretores. Estamos caminhando, mas realmente faltam roteiristas. O Luiz (Bolognesi - marido, parceiro e roteirista de Laís) tem sempre muito trabalho, ele recebendo convites e, às vezes, não dá para aceitar todos.

CP - O que achou da indicação de "Lula, o Filho do Brasil" (direção de Fábio Barreto) como representante para uma vaga ao Oscar de melhor filme estrangeiro?
LB - A história de Lula é fortíssima. Claro que existe e coincidência de ser ano de eleição, mas sua história é única e de fato é um personagem que justifica a existência do filme. Os americanos sempre filmam suas personalidades, lá é normal. E é uma oportunidade de mostrar um pouco da história recente do Brasil. "Lula" pode ser um bom candidato, só que a indicação ao Oscar envolve muitos interesses. Eu assisti e gostei, mas entendo a crítica brasileira por aparentar oportunismo.

CP - Falando em Oscar, qual diretor internacional você mais admira? E nacional?
LB - Woody Allen, pelo cotidiano. O cinema dele é de personagem. A gente se diverte com as características dos personagens, são divertidos, vivem qualquer tipo de situação e, muitas vezes, são politicamente incorretos. E pra mim ele é uma incógnita: como consegue filmar tanto e tão rápido! E no Brasil, gosto da Suzana Amaral. É uma guerreira, filma muito. É uma senhora e, ao mesmo tempo, uma menina. É importante chamar a atenção para seu trabalho. Além de Fernando Meirelles, que inovou a linguagem do cinema com "Cidade de Deus" e projetou o cinema nacional para o mundo e influenciou muitos cineastas. Ele é original e trilha uma carreira interessante.

CP - Agora para a espectadora Laís Bodanzky, quais os clássicos mundiais que merecem ser vistos e revistos?
LB - "Cantando na Chuva" é fundamental! Quando dou o play, não consigo parar de assistir. É gostoso e observando hoje vimos que não é complexo, é muito bem realizado, a qualidade técnica é impecável. O filme não é pautado nos efeitos especiais, mas no rigor artístico! E também a obra de Chaplin, é puro e emocionante.

CP - E se você tivesse que ficar durante um mês em uma ilha e pudesse levar três DVD de filmes, quais levaria?
LB - Com certeza "Vicky Cristina Barcelona" (de Woody Allen), "A Hora da Estrela", de Suzana Amaral, e influenciada pelo texto que escrevi sobre Clark Gable, "E o Vento Levou"!

CP - Em seus longas você já conversou tanto com o público jovem como com o adulto. O que te leva a dirigir um filme?
LB - Normalmente é o próprio personagem, é a paixão pelo personagem e sua complexidade, independente de idade.

CP - Existe algum filme que você gosta e até gostaria de ter feito?
LB - "Amor sem Escalas" (Up in the Air), com George Clooney. Este filme eu realmente gostaria de ter feito. Gostei muito.

CP - Qual dica você daria para quem está querendo trabalhar com cinema?
LB - Entrar no Portal Tela Brasil! (risos) Lá você encontra o mundo do áudio visual, trilha, roteiro, entrevistas, news, mostras, editais. É ideal para quem quer respirar o universo do cinema!

Muito obrigada pela entrevista, Laís! E para quem ainda não entrou no Portal Tela Brasil, o endereço é http://www.telabr.com.br/

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