sábado, 22 de junho de 2024

Na janela

Saudade tem vários efeitos colaterais… pode escorrer pelos olhos, em forma de lágrimas de alegria ou de tristeza; pode nos fazer refletir sobre a dor da ausência; pode nos abrir um sorriso no rosto, ao trazer belas lembranças; pode nos dar a sensação de abandono; pode nos colocar em modo espera; pode nos despertar a vontade de deitar em posição fetal; pode nos fazer querer ficar “no escuro do meu quarto à meia-noite, à meia luz, sonhando”, em nosso mundo e nada mais; pode nos fazer cantar Pink Floyd: “How I wish, How I wish you were here”; pode, simplesmente, nos fazer escrever pra desabafar.

E, à noite, olhando pela janela, cortinas esvoaçantes, cidade iluminada em sua plenitude, pensamentos querendo alcançar as estrelas, olhos em busca da acolhedora Lua, a saudade continua aqui dentro, pulsando, intensamente. Sou um emaranhado de saudades, como uma colcha de retalhos, feita carinhosamente de pedacinhos de lembranças, que me torna mais humana, sensível e inteira. Então, chega de saudade, "pois há menos peixinhos a nadar no mar, do que os beijinhos que darei na sua boca"… rsrsrs :)

* O doce desenho que ilustra esta singela crônica é do meu irmão Gerson Donato, que desde sempre adora, humildemente, arriscar belos rabiscos! Obrigada, Gé ❤️

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