Claro que ele gostava de brincar e conversar com os amigos, mas tinha dia que preferia observar a vida e/ou refletir consigo mesmo. Ao longo dos anos, continuou gostando desses momentos de caminhada, que durante a faculdade e início da vida profissional ficaram mais espaçados.
Aí vieram as atribulações da fase adulta e ele se tornou um entre milhões de robotizados, que sobrevivem de casa para o trabalho, do trabalho para casa, e, nos finais de semana, comparecem às convenções familiares e sociais. Com tantas obrigações e responsabilidades, aos poucos, as libertadoras caminhadas solitárias foram rareando.
Até que chega à velhice e sua vontade de caminhar volta com força, levando-o ao encontro daquele menino que adorava driblar qualquer situação pra assumir seu lado andarilho pelas ruas de Paris! Hoje, quando sai de casa, não precisa mais arrumar desculpas ou despistar ninguém, tampouco vai sozinho, leva sua bengala como companhia e dispõe de inúmeras lembranças que desencadeiam incontáveis reflexões! :)
* A foto que ilustra esta delicada crônica fiz quando visitei a cidade-luz (dezembro de 2015) e pude admirar a beleza de suas ruas e seus elegantes moradores, como esse senhor que tive a sorte de registrar! Merci, Pierre!
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