Já Martinho da Vila era trilha sonora constante em casa! O disco "Canta canta, minha gente" era um dos que mais tocava... a música título é um hino à alegria, aliás, Martinho me ensinou a cantar sorrindo e isso é uma grande lição... é aprender, antes de tudo, a celebrar a vida, driblando os problemas! Mas desse LP cantávamos com a mesma empolgação todas as faixas (acho faixa tão mais elegante... Ah! Discos de vinil, aquele chiadinho que antecedia a introdução das canções era um charme).
sábado, 12 de abril de 2025
Clara e Martinho
Já Martinho da Vila era trilha sonora constante em casa! O disco "Canta canta, minha gente" era um dos que mais tocava... a música título é um hino à alegria, aliás, Martinho me ensinou a cantar sorrindo e isso é uma grande lição... é aprender, antes de tudo, a celebrar a vida, driblando os problemas! Mas desse LP cantávamos com a mesma empolgação todas as faixas (acho faixa tão mais elegante... Ah! Discos de vinil, aquele chiadinho que antecedia a introdução das canções era um charme).
quarta-feira, 9 de abril de 2025
Dias de saudade...
– Também ouvi! Saudade é coisa complexa!
– Sim... e pode vir acompanhada de sorrisos ou de lágrimas, às vezes, dos dois ao mesmo tempo.
– Você tem saudade do quê, amor?
– Ah! De muitas situações, pessoas, animaizinhos de estimação...
– Mas a maioria dessas saudades provoca lágrimas ou sorrisos?
– Tudo misturado...
– Prefere não falar sobre esse tema delicado, minha saudosa preferida?
– Não é isso, mas penso que se a semana é de saudade pra nossa querida criadora/autora, talvez ela não queira que a gente fique falando sobre esse assunto.
– Ah! Mas essa é uma estrada de mão dupla... assim como ela nos inspira a refletir sobre nossas saudades, a gente tá sempre inspirando-a com nossos diálogos! Inclusive, acho que ela falou isso pra gente ouvir e dissertar sobre o tema!
– Nossa, pensando bem... é isso mesmo! Como você é sensível, amor! Fico admirada com sua conclusão, porque concordo muito. Sem contar que somos parte dela e ela é parte da gente!
– Exatamente... somos parte uns dos outros!
– Então, acho que ela não vai se importar se eu falar da saudade que sinto de um cachorrinho que tive na infância!
– Claro que não! Conta, amor!
– Ele ficava sentadinho em cima do muro de casa, esperando eu chegar da escola.
– Mas ele ficava no sol, na chuva... em qualquer clima?
– Na verdade, ele só subia no muro minutos antes de eu chegar... minha mãe não queria ele sozinho no quintal por muito tempo.
– Ele era pequeno?
– Sim... era um amendoinzinho! Era um chihuahua de pelo longo. Leve e fofo como uma pluma!
– Que lindo! Devia fazer uma festa quando você chegava!
– Ah! Era uma alegria! Eu largava a mochila e a lancheira no chão e ele pulava no meu colo. Tenho muita saudade desse tempo... chegar da escola e ver um serzinho daquele me esperando tornava a infância ainda mais bonita!
– Não sou um cachorro, você não volta mais da escola, mas estou sempre aqui te esperando, amor!
– Ahahaha... bobo! Como você é um pouquinho maior que um chihuahua, prefiro pular no seu colo... é mais seguro!
– Ahahaha... quer colinho agora ou posso falar de saudade?
– Mais tarde vou cobrar esse colinho, mas agora conte uma saudade sua!
– Enquanto ouvia sua história, lembrei que tenho saudade de quando ia à banca de jornal comprar histórias em quadrinhos e de quebra levava um gibi, daqueles de amendoim, pra adoçar a tarde... ahahaha
– Ahahaha... aposto que lembrou do gibi quando falei do meu amendoinzinho!
– Na verdade, quando começamos a falar de saudade, lembrei das idas ao jornaleiro, aí você falou do seu amendoinzinho e logo lembrei do meu doce preferido... então, tive certeza que era a saudade perfeita a ser lembrada neste momento!
– Você tem bom gosto, amor! Também adoro gibis, os de amendoim e os de ler... ahahaha
– A banca de jornal era de um casalzinho, dois velhinhos muito simpáticos, enquanto ele separava os melhores quadrinhos, ela embrulhava dois gibis sempre fresquinhos, que eu levava pra casa e dividia com minha mãe e meu pai... sempre gostei de compartilhar tudo com eles! E quando estavam sossegados, líamos juntos as revistinhas a tarde inteira... era muito bom!
– Que linda lembrança, amor... cheia de nuances... o casalzinho da banca... seu pais... emocionei!
– Ahahaha... linda! Não fala assim que eu desmonto...
– Essa nossa querida criadora/autora é esperta... fez a gente abrir nossos baús de lembranças... espero que a gente tenha amenizado as saudades que inundaram a semana dela!
– Deve estar emocionada também... ela adora uma lembrança de infância... rsrsrs
– Sim... mas agora quero o colinho que você prometeu...
– Então, vem cá minha paçoquinha...
– Ahahaha... tô indo, meu super-herói! :)
* Esta divertida e delicada crônica foi a forma que encontrei de homenagear os saudosos aniversariantes da semana: meu pai, na segunda-feira, minha mãe, hoje! ❤️
sábado, 5 de abril de 2025
Diversão garantida
– Cadê o quê, amor?
– Você não tocou nesse assunto casualmente...
– Como assim?
– Te conheço, espertinha! Comprou um álbum novo pra gente completar?
– Ahahaha... tava aqui lembrando de álbuns que colecionava quando criança... Só pensei em introduzir um assunto agradável pra animar nossa tarde!
– Não acredito que é uma sessão de nostalgia!
– Por acaso você também não gostava de colecionar e, acima de tudo, completar álbuns de figurinhas na infância?
– Claro que adorava! Mas esse assunto não é passado pra nós, já colecionamos vários álbuns de figurinhas juntos!
– Gosto de conversar sobre coisas relaxantes, mas pelo jeito você não quer sossego...
– Ah! Quero sossego, mas você falou de álbum de figurinhas, fiquei animado, gosto da adrenalina de abrir os pacotinhos...
– ... colar a primeira figurinha e ficar imaginando a página completa...
– ... ver as páginas sendo preenchidas!
– Lembro que completei um álbum do Walt Disney na infância que foi marcante, porque a última figurinha foi difícil e tava toda amassada...
– Eu também consegui completar um álbum do Walt Disney... deu um trabalho do caramba, mas foi um prazer e um orgulho danado! Ahahaha...
– Ahahaha... é uma experiência adorável completar um álbum de figurinha na infância!
– ... e trazer isso pra vida adulta a dois, então, é muito bom! Será que a gente colecionou o mesmo álbum da Disney na infância?
– Não sei... mas é provável... por quê?
– Porque é muito romântico... unidos pelo amor aos álbuns de figurinhas!
– Nossa, que poético, amor!
– Você que começou com esse assunto aconchegante... acabou despertando meu lado sentimental!
– Assim você me faz chorar...
– Tá emocionada também? Só aviso que se você chorar, choro também!
– Por favor, não vamos alagar a casa com nossas reminiscências do passado, não quero molhar os pacotinhos, muito menos o álbum!
– AH! EU FALEI QUE TINHA SURPRESA AÍ! O que você está escondendo em sua sacolinha cor mostarda?
– Cor mostarda é ótimo... ahahaha... mas calma, menino! Vamos pra sala, colocar tudo na mesinha de centro e sentar no chão como fazíamos quando criança.
– Agora você é que está poética, amor!
– Ah! Somos sensíveis mesmo, mas vamos com calma, primeiro colocamos todos os pacotinhos em cima da mesinha, abrirmos um a um, organizamos as figurinhas por número pra facilitar, sem esquecer de tomarmos extremo cuidado na hora de colar cada uma delas no álbum! Ah! Vamos colar figurinhas a tarde inteira!
– Oba! Então, cola em mim, amor! E vamos logo, que tô curioso! :)
quarta-feira, 2 de abril de 2025
A habilidade criativa de Gabo
sábado, 29 de março de 2025
A alegria de calçar um par de tênis
– O que você quer com os pés das pessoas? Será que a cidadã com quem mantenho um belo relacionamento há anos é tarada por pés e eu não sabia?
– Bobo, claro que não, apenas olho pra baixo pra admirar os tênis...
– Só piora... espero que não seja uma metáfora... rsrsrs
– Tá difícil de dialogar hoje, hein?
– Tudo bem, vou ficar quieto, mas explica logo o que você gosta de fazer no metrô, longe dos meus olhos!
– Não seja dramático! Nas minhas observações, percebo que o tênis é o preferido, de variados modelos e cores, está presente na maioria dos pés. Fico tentando identificar a marca de cada um e quando gosto até pesquiso o preço... rsrsrs...
– Ah! Que alívio... pensei que você ficava admirando os...
– Engraçadinho! Sou uma mulher de respeito!
– Agora você é que está sendo dramática. Acalme-se, porque na minha opinião o tênis é uma das melhores invenções que o mundo já calçou e isso resolve tudo! Ahahaha...
– Concordo! Tênis vai bem com calça jeans, moletom, pantalona, vestidos de todos os comprimentos e estilos; também vai bem com meia de cano curto, de cano longo, colorida, estampada, listrada!
– Sem contar que o danado enfrenta qualquer piso: emborrachado, laminado, cerâmico, de taco. São perfeitos pra proteger os pés e dar estabilidade nas calçadas esburacadas, ruas de paralelepípedo, ladeiras íngremes.
– É o companheiro ideal para caminhadas, andar de bicicleta, levar o cachorro pra passear.
– Combina com qualquer tipo de ambiente, torna a roupa social mais descontraída, é democrático e amado por pessoas de todas as idades.
– Além de ser democrático e amado por pessoas de todas as idades, calçar o bom e velho tênis sempre dá uma sensação de liberdade, fico até mais inspirada, criativa! Então, posso continuar analisando os pés das pessoas no metrô?
– Licença concedida! Ahahaha... agora, fiquei com vontade de comprar uma bicicleta e adotar um cachorro só pra ir buscar inspiração pelas ruas e parques.
– Que lindo, amor! Gostei da ideia, mas como estamos em contenção de despesas, é melhor sair mais tarde só pra caminhar mesmo, sem compras por impulso!
– Como você derruba assim meu castelo de sonhos, querida?
– Ó o drama de novo, amor! Mas se é pra gastar dinheiro, podíamos aproveitar essa nossa declaração de amor ao tênis e ir comprar uns pares novos pra nós... rsrsrs...
– Boa ideia! Só acho que o ideal mesmo seria sermos patrocinados por alguma marca de tênis daqueles top de linha!
– Ahahaha... esse é meu construtor de castelos de sonhos preferido!
– Ahahaha... insensível!
– Tá vendo? A vida de tênis é mais divertida!
– Na sua companhia, a vida é divertida até de Conga... ahahaha...
– Ahahaha... que amor! A recíproca é verdadeira! :)
quarta-feira, 26 de março de 2025
Só observando...
Brigitte costuma ficar escondida de olhos curiosos durante os churrascos que sua família humana costuma organizar. Ela não gosta muito de eventos sociais... a não ser dos passeios pelo bairro, aí ela se solta e até dá seus pulinhos de alegria, mas os tais churrascos só servem pra ter certeza de que nem todos os humanos podem ser adoráveis, muito pelo contrário, alguns chegam a ser bem estranhos e cheios de manias.
A cachorrinha é o xodó do estressado Bernardo e da tensa Bárbara, o casal que, embora levemente esquisito, a alimenta de ração e amor! Ah! O amor enfraquece qualquer esquisitice, Brigitte também adora os dois, mas confessa ficar nervosa quando inventam essas reuniões.
Como não pode impedi-los de marcar os churrascos, a cadelinha, cujo nome é uma homenagem à atriz francesa Brigitte Bardot, aproveita pra observar os convidados e refletir sobre seus comportamentos bizarros.
No canto da sala, perto do aparador, um dos amigos de Bernardo, que Brigitte não lembra o nome, segura com as duas mãos um copo de Coca-Cola, tal qual uma criança de oito anos, e com os olhos voltados à churrasqueira gourmet, ele espera que um pedaço de picanha seja servido em seu prato, mas sem grandes perturbações. Afinal, um adulto que toma refrigerante agarrado ao copo como se o mundo fosse acabar, realmente, não precisa de mais nenhuma perturbação, está bem servido... ahahaha...
Brigitte olha a cena e até fecha os olhinhos lembrando o dia em que experimentou a bebida que fez cócegas em seu focinho e provocou uma corrida ao potinho de água pra se livrar do gosto melado do refrigerante. A cachorrinha dá uma sacudida para esquecer a sensação e olha para o outro lado do aparador, onde uma mulher, elegantemente vestida, tem o olhar irritado de quem reprova a tudo e a todos.
Cansada, Brigitte deita um pouco pra descansar, mas logo fica em alerta... acaba de ver o rapaz perto da janela, aquele ela gosta, é educado e sempre faz um carinho quando a vê. Levemente deslocado, o rapaz de calça-cargo parece levar o mundo nos bolsos, enquanto segura o celular como se aguardasse uma mensagem muito importante que tira, completamente, seu foco do churrasco.
Brigitte até suspira... rsrsrs... ele parece tão bonzinho, será que sofre por alguma humana desalmada? Ela já tentou várias vezes ouvir suas conversas, mas nunca conseguiu descobrir a razão de seu olhar de cachorro perdido... ahahaha... talvez por isso tenha um carinho especial por ele.
Ah! Finalmente, sua querida humana vem para por ordem na casa. Bárbara é a última a aparecer... quando todos já estão acomodados e, principalmente, comendo e bebendo, pois acredita que assim diminui a vontade que eles têm de falar das mesmas coisas de sempre... como, por exemplo, pedir suas considerações a respeito da viagem que fez pra Birmânia há pelo menos 10 anos... que falta de repertório que assola esses humanos... sem contar os comentários recorrentes sobre ela parecer tão jovem... então, pra driblar essas chatices, faz questão de aparecer mais tarde, mesmo arriscando perder a rodada de muçarela de búfala.
Brigitte só sai de seu esconderijo quando ouve o barulho das colheres de sobremesa tilintando nos potinhos de sorvete. Uau! A reunião está acabando, logo vai poder ficar sozinha com seus humanos, assistindo a algum filme relaxante... e roncar tranquilamente esparramada no tapete.
Depois de mais um longo dia de churrasco, a cachorrinha chega à conclusão que não há problema algum com Bernardo e Bárbara. Na verdade, ele é estressado e ela tensa só com os outros humanos, com ela são doces e divertidos! Por sua vez, Brigitte só fica introspectiva nessas reuniões intermináveis, porque com eles é carismática, carinhosa e humilde... ahahaha... agora, chega de reflexões que tá na hora da ração... oba! :)
* A foto que ilustra esta crônica é de uma doce e fotogênica cachorrinha chamada Lady... ❤️
sábado, 22 de março de 2025
Outono
– ... tomar um cappuccino!
– Como você sabe?– Anos de convívio! Você sempre arruma um jeito de tomar um cappuccino... rsrsrs
– E você adora me levar por aí pra tomar cappuccino a qualquer tempo...
– E em todas as estações! É sempre um prazer!
– Mesmo quando você gostaria de tomar uma cerveja gelada num boteco?
– Claro... nada substitui a beleza de seu olhar pra xícara de cappuccino, aliás, sinto até um certo ciúme...
– Ahahaha... bobo... ciúme do cappuccino?
– Ciúme dos seus olhos brilhando pro cappuccino!
– Nossa... que romântico! O que houve?
– Deve ser o outono que deixa a gente mais sensível...
– Concordo, mas voltando ao tema ciúme...
– Desabafe, amor!
– Sabe do que fiquei com ciúmes outro dia? De ver você passeando de bicicleta... fiquei olhando da janela, parecia tão satisfeito em cima daquela magrela metida!
– Ahahaha... como assim?
– É verdade, nunca senti isso antes, mas aquele dia você saiu tão apressado dizendo que precisava andar de bicicleta pra desestressar, fiquei arrasada aqui pensando que antes você preferia desestressar comigo...
– Não fala assim, aquele dia eu tive trezentas reuniões no mesmo dia, precisava acalmar os ânimos pra aproveitar a noite com você, nem que fosse vendo um filme agarradinho...
– Sério? Fiquei meio perdida de te ver saindo com a bicicleta.
– Haja paciência com a gente, hein? Um com ciúme do cappuccino e a outra da bicicleta... ahahaha
– Ahahaha... deve ser o outono!
– Então, vamos parar com isso e aproveitar a tarde indo de bicicleta tomar cappuccino, que tal?
– Por que de bicicleta? Vamos à pé... assim podemos ir olhando a paisagem, as árvores...
– Os esquilos, as ararinhas azuis... quem ouve pensa que você tá num cenário das animações Disney... ahahaha...
– Engraçadinho!
– Tudo isso porque não quer me ver de bicicleta... ciumentinha adorável!
– Ah! "Adorável" me quebrou... nem consigo brigar.
– Ahahaha... sei como agradar sua pessoa... anos de convivência!
– Canalha cativante! :)
quarta-feira, 19 de março de 2025
Manhã agitada
– Curioso, não ouvi nada.
– Claro que não ouviu, eu não falei nada durante a ação, fiquei só tentando espantar a abelha! Você queria ouvir o quê?
– Sei lá, você conversa com as plantas, pensei que conversasse com os animais...
– Engraçadinho! Você acha que eu ia ficar discutindo com uma abelha? Depois de muitas tentativas de acertar um peteleco, ela veio pra cima de mim... aí fiquei furiosa e amassei a dita cuja!
– Como é cruel! Você não sabe a importância das abelhas para manutenção da vida na Terra?
– Ahahaha... você acha que eu ia conviver com uma abelha que estava pronta pra me atacar? Ela que vá polinizar pra lá... tá na cara que entrou aqui por acaso...
– Mais grave ainda! Você não acha triste a abelha estar perdida e você não ajudá-la a seguir seu caminho?
– Eu nem sei por onde entrou essa metida!
– Por que não me chamou?
– Ah! O herói! Você acha que eu não sei espantar uma abelha?
– É óbvio que não sabe! Você disse que esmagou a criaturinha!
– Ela tentou me atacar!
– Ahahaha... você fala como se tivesse sido atacada por um rinoceronte!
– Você ri, mas não pensa que se ela tivesse me picado eu poderia inchar como aquele peixe...
– Ahahaha... você por acaso tem alergia à picada de abelha pra pensar em inchar como um baiacu?
– Eu sei lá! Mas não vou pagar pra ver... tenho mais o que fazer do que testar uma possível alergia?
– Ah! Minha tese é que a abelha tentou te atacar porque você é doce como o mel, amor! Acalme-se!
– Que romântico! Espero que não tenha nenhum traço de ironia em sua frase.
– Irônico, eu?– Irônico e insensível!
– Parece nome de livro da Jane Austin!
– Ahahaha... bobo! :)
sábado, 15 de março de 2025
Um legítimo produto cultural brasileiro
Entre as inúmeras entrevistas que a Fernanda Torres deu durante a campanha de "Ainda estou aqui" rumo ao Oscar, me chamou a atenção a que ela fala da importância cultural das telenovelas brasileiras: "Novelas nos viciaram em nós mesmos, ajudaram o Brasil a não ser tão colonizado por culturas estrangeiras... Temos autores muito bons, principalmente, ali na década de 80, tínhamos novelas espetaculares. E elas ensinaram o povo brasileiro a se assistir em português"!
Aí fiquei pensando, cresci assistindo novelas e desde sempre admirava seus autores. Adorava as novelas das 19h, divertidas como "Guerra dos Sexos", de Sílvio de Abreu, e "Vereda Tropical", de Carlos Lombardi, e a incrível "Que rei sou eu?", de Cassiano Gabus Mendes, que criou personagens inesquecíveis, interpretados por grandes atores, em uma trama que mesclava humor e crítica social e política... na minha opinião, uma mais marcantes e inovadoras novelas de todos os tempos! Salve o Reino de Avilan... rsrsrsClaro que as novelas das 20h (que, hoje, passam sei lá que horas... rsrsrs... faz tempo que não assisto) também eram ótimas e contavam com autores brilhantes, como Manuel Carlos, Benedito Ruy Barbosa, Dias Gomes, Janete Clair, Gilberto Braga, Walter Negrão, que nos emocionaram, divertiram e inspiraram! Mas, sinceramente, as chamadas novelas de época, das 18h, sempre me conquistaram, algumas por flertarem com a Literatura, outras por retratarem histórias simples e, por isso, adoráveis... minhas preferidas e mais batutas são as que se passam nas décadas de 1950 e 1960, adoro as músicas, cenários e tramas envolventes, como, por exemplo, "Estúpido Cupido" (Mario Prata), e "Bambolê" (Daniel Más, com colaboração de Ana Maria Moretzsohn).
Confesso que, ao longo dos anos, fui deixando o hábito de assistir três novelas por noite... rsrsrs, mas as da faixa das seis ainda continuam me conquistando... como a atual "Garota do Momento", de Alessandra Poggi. Adoro o figurino, trilha sonora, os personagens bem construídos, a fotografia que dá o tom de 1958, época que parecia que o Brasil era mais próspero, alegre e leve... o que dá um certo aconchego e nos tira um pouco da dura realidade.É fato que adoro ler, ir ao cinema, ao teatro, visitar exposições, enfim, qualquer programa cultural, mas também gosto de assistir minha novelinha das seis... rsrsrs... porque adoro a atmosfera dos anos 1950... o boliche, as lambretas, a TV Ondas do Mar, o Clube Gente Fina e uma elegância que parece que o mundo foi perdendo ao longo dos anos. O elenco todo está muito bem, mas destaco o trabalho de Danton Mello interpretando o dono da agência de publicidade Hi-Fi, Raimundo e sua gastrite impagável, enfim, uma novela que vale a pena assistir pra desestressar!
Ah! A cultura brasileira é muito rica em suas várias vertentes e merece sempre ser valorizada. Concordo com nossa totalmente premiada Fernanda Torres ao exaltar a relevância cultural das novelas brasileiras. Salve toda e qualquer manifestação cultural que tempera a vida e ajuda a construir nossa identidade! :)
sábado, 8 de março de 2025
Viajando no cappuccino
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Uma voz e uma canção marcantes
A letra fala exatamente sobre como alguém cantando uma história pode nos tocar tanto... como se cantasse a nossa própria história! Pois é, as canções têm esse poder de nos emocionar, nos fazer viajar, recordar. Desde criança, em casa, vivíamos rodeados por livros e discos (de vários estilos), que faziam e continuam me fazendo sonhar!
* As imagens que ilustram essa singela homenagem são do disco cuja primeira faixa do Lado B foi tocada repetidas vezes... canção que me marcou e me emociona desde sempre ❤️
sábado, 22 de fevereiro de 2025
Vamos ao Theatro!
A arte está em todos os cantos, lustres, teto, esculturas... e a escadaria... é de tirar o fôlego! Cada passo me prepara para um encantamento ainda maior quando me deparo com as clássicas poltronas, as galerias, o fosso da orquestra, o palco... que beleza poder admirar um templo da cultura assim de pertinho, tantas histórias e artistas já passaram por ali!
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Uma ilha e seus segredos
A narrativa é permeada pela fantasia, com pitadas de poesia que torna a leitura envolvente e, ao mesmo tempo, inquietante. Alguns trechos são encantadores, como: "A cozinha me transporta para distantes doçuras. Como se no embaçado dos seus vapores, se fabricasse não o alimento, mas o próprio tempo. Foi naquele chão que inventei brinquedo e rabisquei os meus primeiros desenhos. Ali escutei falas e risos, ondulações de vestidos. Naquele lugar recebi os temperos do meu crescer".
A maneira poética de falar sobre a cozinha nos aproxima dos personagens. Nos identificamos, porque este cômodo da casa também no Brasil e em qualquer parte do mundo costuma ser lugar de encontros, conversas e lembranças da família!
Outro trecho que destaco é quando Marianinho chega à casa de seu pai Fulano Malta: "Em Luar-do-Chão não se bate à porta, por respeito. Quem bate à porta já entrou. E já entrou nesse espaço privado que é o quintal, o recinto mais íntimo de qualquer casa. Por isso, à entrada do quintal de meu pai eu bato palmas e grito: - Dá licença?". Isso me lembrou a infância, quando morávamos em casa e as palmas no portão eram o sinal de que chegavam visitas. Todo quintal, toda casa devem ser respeitados!
Além de falar das tradições do lugar, o autor aborda ainda os conflitos que o progresso traz ao meio ambiente, ou seja, um livro para refletir. Viva a Literatura em Língua Portuguesa! :)
sábado, 15 de fevereiro de 2025
Nicolau e Marcelino
René Goscinny é um encantador roteirista de quadrinhos, que ao lado do ilustrador Uderzo nos proporcionou belas e divertidas aventuras do icônico Asterix.
Mas hoje, quero falar de "O pequeno Nicolau" (Le petit Nicolas), de Goscinny com ilustrações do querido Jean-Jacques Sempé.
A obra conta a história de Nicolau e seus amigos, alunos absolutamente arteiros, que enlouquecem a professora e deixam os inspetores e o diretor da escola de cabelos em pé.
Mesmo com várias situações embaraçosas e dignas de pestinhas, há toda a leveza e a alegria de uma infância saudável, de tempos em que o recreio era hora de brincadeiras e diversão certa para as crianças... longe de celulares e redes sociais... infância analógica... a melhor e, certamente, a mais recomendada!
Com esse menininho sapeca, Goscinny mais uma vez nos brinda com uma narrativa sensível para além da diversão, enfatizando o que é mais importante na vida, as amizades, saber lidar com as diferenças, e a alegria de contar com os pais em momentos difíceis.
A ilustração de Sempé em "O Pequeno Nicolau" complementa a narrativa de Goscinny com maestria, seu traço fino e delicado nos coloca dentro do universo desse menininho levado e nos faz lembrar de nossos tempos de escola.
Ainda sobre Sempé, todos aqui sabem o quanto admiro sua arte e não posso deixar de destacar também a leve e divertida historia de "Marcelino Pedregulho" (Marcellin Caillou).
Marcelino é um menino que fica enrubescido sem motivo, podemos ver seu rostinho vermelho em várias situações. Mas aos poucos, ele vai aprendendo a enfrentar o problema, driblando as perguntas de todos sobre sua "mania" de ficar vermelho do nada, até que um dia conhece Renato Rocha, um menininho que espirra toda hora, sem nunca ter ficado resfriado.
A partir daí, os dois se tornam amigos, aceitando suas peculiaridades como nas verdadeiras amizades até que, de repente, Renê muda de bairro e... não vou contar mais nada. Prefiro que cada um experimente os encantos do mestre do cartum. Em "Marcelino Pedregulho, os traços finos de Sempé são de uma delicadeza ímpar e, de maneira sutil, ele nos faz ora gargalhar, ora refletir! Viva a inspiradora Nona Arte! Viva Goscinny e Sempé! :)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Ah... esse calor
– Por isso, tô sempre propondo refeições leves e muita água!
– E se o calor fosse só de derreter os miolos, beleza! Mas tem as enchentes, os deslizamentos de terra... todos potencializados por esse clima de deserto extremo.
– Mas o céu tá bonito... iluminado!
– Concordo, mas é só pra gente se encantar e esquecer que daqui a pouco lá vem chuva da braba.
– Você está muito tensa, amor!
– Ah! É um calor do caramba... perco a paciência só de ver o termômetro de rua nas alturas! Mesmo assim, fui resolver várias coisas tentando ignorar o suor escorrendo pelas costas e dissolvendo a maquiagem!
– Percebi que você voltou chateada... desabafe... conta o que te deixou com o fio desencapado!
– Ahahaha... bobo!
– Provoquei um sorriso... tô no lucro... conta tudo!
– Vou ser bem sucinta: pra começar passei por quatro farmácias pra conseguir comprar um remédio, sendo que em uma delas quase esfreguei o nariz do atendente na receita pra ele entender o que estava escrito.
– Que vergonha, mas você não esfregou o nariz...
– ... claro que não... se eu fizesse tudo o que tenho vontade...
– Pois é, também tenho vontades que ficam só no pensamento.
– Sei bem, lembro como se fosse hoje... ahahaha... sempre quis falar essa frase emblemática... lembro como se fosse hoje você querendo quebrar a cara de todo mundo naquele café por causa de uma simples canela.
– Como simples canela? Eu não gosto de canela, deixei claro durante o pedido e eis que o cara me apresenta uma xícara de cappuccino repleta de canela!
– O pedido era da mesa ao lado, o rapaz errou...
– Mas me irritou, porque quando eu disse que não gosto de canela ele fez uma cara de deboche...
– Já te falei que não foi deboche, o rapaz era novo no trabalho, tava nervoso... aquilo foi uma tentativa de sorriso de desculpas.
– Tá bem, mas voltando ao calor... o que mais aconteceu?
– Ah! Deixa pra lá... foram só alguns contratempos que não vale a pena relembrar...
– Ah! Que linda! Só vale a pena relembrar as minhas agruras? E cadê a mulher atormentada pelo calor extremo?
– Tô mais calma, aliás, você me acalmou, meu chazinho de erva-doce!
– Você gosta é de rir da minha cara... sacanagem!
– A recíproca é verdadeira, amor!
– Ahahaha... a gente é doce! :)
* A foto que ilustra esta calorosa crônica é o registro que fiz de uma tarde de sol escaldante.
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Viagem dos sonhos
Tênis escolhidos: um par confortável pra relaxar no avião e outro que será o modelo oficial para as caminhadas. Sem esquecer que separou uma grana pra comprar mais um par em uma das cidades visitadas. Safira adora trazer tênis de lembrança das viagens, mesmo que amigos e familiares digam que esse tipo de calçado é pesado demais. Ora, quem ouve vai pensar que ela calça 50, como os jogadores de basquete... ahahaha... e mesmo que calçasse 50, certamente, traria um par!
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Aconteceu em Paris!
sábado, 1 de fevereiro de 2025
Poéticos e humanos
O autor conta a história de dois vizinhos, o artesão Itaro e o oleiro Saburo, no Japão antigo. Enfrentando todo tipo de dificuldades, os dois consideram-se inimigos, o que torna essa relação ainda mais difícil.
Saburo, que morava com a esposa Fuyu, cultivava há tempos flores na orla da montanha... sua intenção era que o jardim funcionasse "como escola de modos, uma lição de ternura e respeito que ensinaria a todas as fomes a importância de respeitar a vida das pessoas". Mesmo assim se tornou viúvo de maneira trágica.
Itaro, por sua vez, morava com a irmã mais nova, Matsu, e a criada, senhora Kame. Ele pintava leques e aprendera a arte com o pai. "O artesão era um cúmplice da natureza, um certo intérprete. Como se avivasse a memória antiga à coisa inerte. O gesto precisava ser único, sem repetição, para que a obra comparecesse na espontaneidade possível. Os crisântemos, explicava o pai, devem nascer de verdade no calmo papel de arroz. Mais do que pintar, os artesãos semeiam. Declarava solenemente. Semeia as flores no papel, filho. Lavra".
Apenas nesses dois trechos, percebemos a delicadeza crua desses dois homens, como o próprio título diz, imprudentemente poéticos! Ao longo das páginas, o autor joga luz às profundezas do ser humano, suas alegrias, tristezas, traumas, medos!
Concordo com Laurentino Gomes, que escreve o prefácio, acima de tudo, a obra tem conteúdo profundamente humano. E vale a pena ser lida com calma e reflexão! Viva a literatura em língua portuguesa! Salve a sensibilidade de Valter Hugo Mãe! :)
domingo, 26 de janeiro de 2025
Acredite, você consegue!
Mas vamos por partes... depois do dia virar noite por volta das 16h, saí do trabalho às 17h, já sabendo do desabamento de shopping na ZN, alagamentos pela cidade e trânsito começando a engarrafar por todos os lados, ou seja, o negócio tava bem estranho.
Na entrada do metrô, eis que me deparo com uma fila quilométrica para chegar à catraca. Pra completar, um aviso sonoro dizia que a estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna da Linha 1 - Azul estava alagada e a circulação interrompida, o que significava que o desembarque final seria em Santana e os passageiros teriam à disposição os folclóricos ônibus do Sistema Paese. Ainda tentei um carro de aplicativo durante meia hora, mais por desespero do que por acreditar que ia conseguir.
Sem chance, a única opção foi passar a catraca e me ver na plataforma com milhares de pessoas cansadas e quase se estapeando pra entrar no trem. Tentando manter a calma, encostei numa parede e perdi a conta do número de trens que vi chegar lotados, foram pelo menos uns 15.
Depois de duas horas, consegui entrar num trem. No desembarque em Santana, ao descer as escadas rolantes vi milhares de pessoas com celulares em punho buscando ajuda. Passei pela catraca como se pisasse em ovos... nem tirei o celular da bolsa, nada a fazer, o negócio era sair da estação. No terminal de ônibus, outras milhares de pessoas formavam filas enormes, duplicadas, triplicadas para cada linha, no ponto de táxi outra fila enorme...
E, mais uma vez, sem opção, resolvi ir a pé pra casa. Tomei fôlego, e comecei a caminhada devagar e, por segurança, tentando acompanhar pessoas que iam na mesma direção, mas muitas paravam nos pontos de ônibus e, mesmo cansada, continuei minha caminhada, decidida.
Até que vi um grupo que me pareceu animado, apertei o passo e me aproximei... uma das integrantes (Poli) me perguntou se eu vinha de Santana... eu disse que sim e perguntei pra onde eles iam, quando disseram Tucuruvi, abri um sorriso e perguntei se podia ir junto. E ela falou para o grupo: pessoal, mais uma! Todos sorriram... disseram que o Marcelo estava se sentindo o próprio Forrest Gump e seus seguidores... ahahaha... e me deram as boas-vindas!
A partir daí, pegamos o imenso limão que a vida estava nos oferecemos e fizemos uma doce e divertida limonada! Ao longo dos cerca de quatro quilômetros que nos separavam de nosso destino, fomos conversando, na frente iam Marcelo, Raissa, a caçulinha, e Silvia; na retaguarda, Daniel, Poli e eu.
Daniel, Poli e eu começamos a conversar de forma contida, mas com as primeiras risadas, passamos a aloprar uns aos outros (não chegamos ao nível 5ª série, mas foi quase lá... ahahaha). Nada como rir nesse tipo de situação.
Alguns quilômetros depois, a conversa passou a ser entre os seis ao mesmo tempo, perguntamos sobre a profissão de cada um... e fomos caminhando, sempre abordando assuntos leves que acabavam em risadas. Afinal, estávamos lascados mesmo em plena sexta-feira, depois de um dia de trabalho, escolhemos relaxar e cuidar uns dos outros pra chegarmos bem e em segurança.
Idades diferentes, profissões diversas, mas algo em comum... como a Silvia falou, parecíamos personagens daqueles filmes apocalípticos em que a humanidade é quase totalmente dizimada e apenas um grupo de maltrapilhos tenta se salvar, andando pelas ruas destruídas... ahahaha... um grupo cinematográfico!
O que vale a pena registrar e até comentamos num dado momento é que fazer a caminhada em grupo tornou as adversidades mais fáceis de serem enfrentadas. Até brincamos várias vezes, quando alguém parecia estenuado, dizendo: acredite, você consegue! Ahahaha... Nunca tínhamos nos visto antes, mas nos identificamos por estarmos na mesma situação e termos optado pela gentileza e pelo bom-humor para amenizar um dia tão tenso.
Por isso, seja gentil com quem encontrar por aí... não sabemos as lutas que cada um enfrenta, mas a gentileza, certamente, abre portas e torna o mundo melhor! :)
* Coloquei duas fotos, porque na oficial do grupo... rsrsrs... o "fotógrafo" não se atentou que a Raíssa, caçulinha que deu a ideia de registrar o momento, ficou escondida... então, coloquei a segunda foto só com as mina... valeu!
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
A essencial arte de Sempé
sábado, 18 de janeiro de 2025
A força da Natureza
– Curioso você falar sobre isso, ontem, eu tava olhando pela janela, depois da chuvarada, e fiquei um tempão admirando as árvores sendo acarinhadas pelo vento...
– Que poético, amor!
– Ah! Gosto de ficar observando as árvores depois da chuva, elas ficam mais bonitas, aliás, elas pareciam sorrir pra mim e, de repente, me peguei sorrindo de volta, sabe aquele sorriso cúmplice, tipo piada interna que só os íntimos entendem?
– Olha que se não fosse uma árvore, já estaria me rasgando de ciúme... Ahahaha...
– Palhacinha! Tô falando sério, adoro quando a chuva alegra as árvores!
– Tô brincando, bobo! É como diz o poeta: é preciso chuva para florir!
– ... e pra sorrir também!
– Mas voltando às calçadas... tenho pensado muito ultimamente sobre a falta de cuidado que se tem com a terra... poderiam ao menos deixá-la respirar um pouco, ver o Sol, sentir o vento... muito triste uma plantinha ter que fazer força pra nascer... e ainda ser tratada como lixo ou ser chamada de erva daninha...
– Concordo... e as árvores que soltam sementes, flores e folhas transformando as calçadas e canteiros em tapetes coloridos, mas que muitas pessoas chamam de sujeira, sem contar aquelas que só reclamam por ter que varrer o quintal, geralmente todo cimentado também!
– Se fizessem calçadas ecológicas a cidade seria tão mais agradável... sabe aqueles pisos com espaçamentos que deixam as plantinhas crescerem e facilitam o escoamento das águas da chuva?
– Seria perfeito, calçadas bonitas, a Natureza se abrindo e o risco de enchentes diminuindo! Mundo ideal é o nome disso!
– Eu diria o começo de um mundo ideal, mas, certamente, um senhor começo!
– Adorei nossas reflexões, amor!
– Sabe o nome disso? Sintonia!
– E amor à Natureza!
– Mas agora chega de falar de árvore e vem cá...
– Minha ciumentinha... tá bom, vou quebrar seu galho... ahahaha
– Ahahaha... engraçadinho... não quero que quebre nada...
– Fique tranquila, sou todo amor e carinho!
– Então, vem logo balançar minha roseira!
– Ahahaha... é pra já! :)
* A foto que inspirou essa crônica é o registro que fiz de uma calçada degradada, como tantas outras pela cidade, que merecem muito mais atenção e respeito.